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Doenças priônicas são raras, mas devastadoras

Metrópoles por Metrópoles
30/10/2025
em Saúde
Tempo de leitura: 8 minutos
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Doenças priônicas são raras, mas devastadoras

Foto: Arquivo pessoal/ Tuane Vieira e Jerson Lima Silva

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*O artigo foi escrito pelos professores Tuane Vieira e Jerson Lima Silva, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e publicado na plataforma The Conversation Brasil.

As doenças priônicas são raras. Mas são devastadoras — não têm cura. Depois do diagnóstico, a evolução costuma ser rápida, em meses. Elas afetam o cérebro.

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A mais conhecida nos humanos é a doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ). Ela causa perda de memória, alterações de comportamento e de movimentos. A progressão é acelerada e leva ao óbito.

Há um ponto chave: as doenças priônicas têm caráter infeccioso muito particular. O agente não é um vírus nem uma bactéria. É uma proteína que “entorta” do jeito errado e consegue induzir outras iguais a também se dobrarem do jeito errado. Por isso, a vigilância é essencial. Na saúde pública e na economia.Play Video

Você talvez se lembre do “mal da vaca louca”, a encefalopatia espongiforme bovina. Quando um caso aparece, países importadores podem suspender compras de carne por precaução. Isso aconteceu com o Brasil em 2023: as exportações para a China foram temporariamente interrompidas após um caso atípico confirmado. O impacto foi imediato no comércio.

O que acontece no cérebro

Vamos simplificar o mecanismo. Todos nós temos a proteína priônica normal (PrPC). Em condições que ainda estamos desvendando, parte dela muda de forma e vira PrPSc, a forma “errada”. Essa forma atua como molde. Encosta na proteína normal e a faz copiar o mesmo erro. É um efeito dominó molecular.

Com o tempo, esses “blocos” mal dobrados se juntam e formam agregados. Eles são rígidos, parecidos com fibras. No tecido, vemos lesões microscópicas que lembram uma esponja. O resultado é perda de neurônios e de funções cerebrais.

Outro problema: essas proteínas doentes resistem a desinfetantes e métodos comuns de esterilização. Por isso, hospitais seguem protocolos específicos para reduzir o risco em materiais que tiveram contato com tecidos de alto risco. É cuidado redobrado e baseado em evidências.

Diagnóstico ainda é um desafio — mas há avanços

Desde 2005, quando a vigilância nacional iniciou o controle dos casos da doença Creutzfeldt-Jakob em humanos, foram registrados 1.576 casos suspeitos. Pelas estatísticas mundiais, este número deveria ser de 3,2 mil, ou seja, pode ser uma subnotificação. E essa lacuna diagnóstica se deveu por muito tempo, entre outros fatores, à ausência de centros de referência suficientes com domínio da tecnologia para o diagnóstico dessas doenças no país.

Por muito tempo, o diagnóstico definitivo era neuropatológico, ou seja, após o falecimento do paciente analisava-se tecido cerebral. Mas precisávamos de ferramentas confiáveis em vida. Durante anos, nos guiamos por sinais clínicos, ressonância, eletroencefalograma e marcadores como a proteína 14-3-3 no líquor. Eles ajudavam, mas não eram específicas o suficiente.

Nos últimos anos, um teste mudou o jogo: o RT-QuIC (da sigla em inglês, Conversão Induzida por Agitação em Tempo Real). Ele detecta a presença do príon anormal em amostras como o líquor. É sensível, específico e vem sendo incorporado em critérios internacionais. Hoje, por exemplo, o CDC dos Estados Unidos considera um RT-QuIC positivo como critério para classificar um caso como “provável” da doença de Creutzfeldt-Jakob.

No Brasil, demos passos importantes para implementar o teste e criar um centro de referência. Há alguns anos, publicamos um artigo em parceria com cientistas do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, no qual abordamos a disponibilidade ainda insuficiente desses testes em países em desenvolvimento, e exploramos os resultados de um teste piloto que fizemos.

No estudo, relatamos o primeiro uso piloto do IQ-CSF em uma pequena coorte de pacientes brasileiros com possível ou provável doença de Creutzfeldt-Jakob. Os testes foram realizados sem acesso aos dados clínicos.

Oito pacientes apresentaram-se à nossa equipe com demência rapidamente progressiva e sinais neurológicos típicos da doença. Utilizamos amostras de sete pacientes com outras condições neurológicas como controles negativos. Cinco dos sete casos suspeitos tiveram testes positivos; dois apresentaram resultados inconclusivos. Entre os controles, houve um falso-positivo.

Os resultados desse estudo piloto ilustraram a viabilidade de realizar testes de líquor para Creutzfeldt-Jakob também em centros brasileiros e ressaltou a importância da colaboração interinstitucional para alcançar maior precisão diagnóstica da doença no Brasil e na América Latina.

De lá para cá, muitos avanços. Mas apesar das conquistas, nossas diretrizes oficiais para notificação e investigação, publicadas em 2018, não citam o RT-QuIC nos critérios. Isso precisa ser atualizado para alinharmos vigilância e assistência com o estado da arte.

Atualmente, atuamos para oferecer RT-QuIC com qualidade e rapidez. Nosso laboratório NB3 para o diagnóstico e desenvolvimento de estratégias terapêuticas para doenças infecciosas, localizado no Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis da UFRJ, é o único na América Latina que realiza rotineiramente esse ensaio de ponta.

E estamos negociando uma parceria com um laboratório de análises de líquor para formalizar o fluxo e viabilizar o custeio de insumos, pois até agora são financiados exclusivamente por nós.

Acreditamos na importância de oferecer esse teste para todos os casos suspeitos, pois encurta o caminho entre clínica e a confirmação laboratorial, além de fortalecer a vigilância nacional.

E o que mais investigamos?

O nosso grupo também trabalha em outros dois eixos além do diagnóstico: entender os mecanismos moleculares dessas doenças priônicas e terapia. Buscamos moléculas capazes de impedir ou reverter a agregação da proteína priônica.

Exploramos compostos de origem natural e biomoléculas inspiradas em mecanismos do próprio organismo. A ideia é simples: se a doença nasce de uma cadeia de “más influências” moleculares, precisamos de agentes que interrompam a conversa tóxica entre as proteínas.

Recentemente, publicamos um outro artigo que investigou o potencial do uso da Moringa oleífera, também conhecida popularmente pelos nomes de acácia-branca, árvore-rabanete-de-cavalo e quiabo-de-quina. É uma planta que tem potencial para impedir ou reverter a formação dessas proteínas anormais. Analisamos um extrato das folhas da planta e descobrimos dois compostos principais: ácido clorogênico, produzido também pelas plantas de café e batata, e ácido neoclorogênico.

Essas substâncias mostraram duas ações importantes nos testes que realizamos em laboratório: a Moringa oleífera impediu que a proteína normal se transformasse na forma patogênica, reduzindo a formação de agregados tóxicos. Além disso, o extrato da planta conseguiu desfazer parcialmente os agregados já formados, algo especialmente promissor para o desenvolvimento de terapias.

Os resultados deste estudo, que foi publicado no periódico ACS Omega, indicam que a Moringa oleifera pode ser uma fonte promissora de novos medicamentos contra doenças priônicas e outras condições relacionadas ao acúmulo de proteínas anormais no cérebro. Ainda serão necessários estudos em animais e testes clínicos para confirmar sua eficácia e segurança, mas o potencial terapêutico é significativo.

Brasil sedia encontro global

Em 2025, o principal congresso internacional sobre príons – realizado anualmente há duas décadas — acontecerá pela primeira vez abaixo da linha do Equador.

Será em Búzios, no Rio de Janeiro, de 3 a 7 de novembro de 2025.Prion 2025 reunirá especialistas de vários países como Itália, Estados Unidos, Chile, entre outros para discutir como podemos avançar das pesquisas que vão do laboratório ao leito do paciente: mecanismos moleculares, modelos animais, terapias em desenvolvimento e estratégias de diagnóstico.

Este ano, o encontro traz um diferencial importante. Receberemos a reunião do International CJD Surveillance Network (ICSN). Representantes de vigilância de diversos países apresentarão dados, debaterão respostas frente a novas formas de doenças priônicas e procuraremos alinhar caminhos para intervenções terapêuticas. É ciência, saúde pública e gestão governamental conversando na mesma mesa.

Outro eixo fundamental será aproximar a ciência da sociedade. Teremos uma atividade organizada com associações de apoio a pacientes e familiares: o dcjBRASIL, a Associação Portuguesa de Doenças Priónicas e a CJD International Support Alliance (CJDISA), rede que conecta organizações de vários países. Esse diálogo é vital. Ele acolhe famílias, combate a desinformação e ajuda a orientar políticas públicas.

E agora?

As doenças priônicas nos desafiam. Elas nos forçam a inovar no diagnóstico, a pensar terapias que atuem sobre a forma e a conversa das proteínas, e a manter vigilância constante. Isso exige investimento, colaboração internacional e atualização de diretrizes nacionais.

Além disso, nos últimos dez anos, pesquisas em todo o mundo revelaram que mecanismos semelhantes aos das doenças priônicas também estão presentes em diversas condições neurodegenerativas — como o Alzheimer, o Parkinson e a esclerose lateral amiotrófica (ELA) — e até mesmo em certos tipos de câncer associados à mutação da proteína p53.

Nesses casos, observa-se um comportamento “príon-like”: formas mal dobradas dessas proteínas atuam como sementes que induzem outras cópias normais a adotar a mesma conformação anômala, propagando a disfunção de maneira autocatalítica dentro das células e entre tecidos.

Essas descobertas redefiniram nossa compreensão de como proteínas instáveis podem contribuir para a progressão de doenças complexas, tanto nas doenças neurodegenerativas como oncológicas. Alguns dos estudos mais recentes sobre esses mecanismos de propagação molecular — incluindo estratégias terapêuticas para interromper essa “cadeia de infecção conformacional” — serão debatidos em profundidade durante o congresso Prion 2025, que ocorrerá em Búzios.

A ciência avança quando aproximamos o laboratório da vida real. É isso que queremos fazer aqui no Brasil. Em Búzios, em novembro de 2025, o mundo das doenças priônicas estará reunido e esperamos mais avanços.

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