A Dívida Pública Federal (DPF) do Brasil voltou a avançar no mês de março. Com alta de 0,65%, o estoque alcançou R$ 6,638 trilhões, ante R$ 6,595 trilhões no mês anterior, em valores nominais.
A variação ocorreu devido ao resgate líquido de R$ 13,37 bilhões e a apropriação de juros de R$ 56,94 bilhões. Houve aumento da participação dos títulos prefixados em relação ao mês anterior, saindo de 23,14% para 23,86%, e aumento dos títulos atrelados a índice de preços, variando de 29,77% para 29,95%.
Os títulos remunerados à taxa flutuante tiveram redução em sua participação, de 42,64% para 41,77%.
Os dados foram divulgados pela Secretaria do Tesouro Nacional nesta terça-feira (30).
A DPF, que inclui o endividamento interno e externo do governo federal, é a emissão de títulos públicos pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal, que arrecada menos do que gasta.
Já a Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) aumentou 0,67% e passou de R$ 6,319 trilhões para R$ 6,36 trilhões, devido à apropriação positiva de juros, no valor de R$ 55,25 bilhões, neutralizada, em parte, pelo resgate líquido, no valor de R$ 12,28 bilhões.
A Dívida Pública Federal externa (DPFe) também cresceu em março, com variação de 0,21% sobre o estoque apurado em fevereiro, encerrando o mês de março em R$ 276,73 bilhões (US$ 55,39 bilhões), sendo R$ 232,30 bilhões (US$ 46,50 bilhões) referentes à dívida mobiliária e R$ 44,43 bilhões (US$ 8,89 bilhões) relativos à dívida contratual.
Segundo os dados do Tesouro Nacional, a reserva de liquidez avançou 0,26% em março, passando de R$ 885,10 bilhões para R$ 887,41 bilhões. No entanto, em relação ao mesmo mês do ano anterior houve queda, em termos nominais, de 8,85%.
Ambiente externo
No documento, o Tesouro destacou que o mês de abril foi marcado por tensões geopolíticas e pela preocupação com a inflação global, principalmente nos Estados Unidos, onde os dados de emprego e de inflação novamente vieram acima do esperado.
De acordo com o comunicado, os dados fizeram com que o sentimento de aversão ao risco aumentasse, provocando perdas nas principais bolsas globais.
“No mercado local, a curva de juros apresentou ganho de nível. A ponta curta refletiu o aumento da preocupação do Banco Central com o cenário inflacionário”, diz o texto.
“Já a parte longa da curva ganhou nível motivada principalmente pelo movimento das treasuries e pela persistência inflacionária americana. O CDS Brasil alcançou o valor de 153 pontos base no dia 25 de março (alta de 11,19% em relação ao mês anterior)”, conclui.
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