O “Dia do Cabelo Maluco” já é uma data muito esperada pelas crianças, e os pais se desdobram na criatividade para entregar uma transformação divertida para os pequenos. Mas, pelo que tem sido visto nas redes sociais, alguns ultrapassam limites de segurança e podem colocar as crianças em risco.
Tinta inadequada, cola permanente, objetos potencialmente perigosos e até animais vivos são alguns dos principais perigos que estão sendo inseridos no que deveria ser uma brincadeira segura.
“É para ser uma atividade recreativa, a criança se diverte, mas há uma preocupação prática sobre os produtos que estão sendo utilizados”, explica Jandrei Markus, presidente do Departamento Científico de Dermatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
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‘Cabelo maluco’ com animais vivos e colas permanentes são um risco para as crianças, alerta especialista. — Foto: Reprodução/Redes sociais
Para o especialista, a popularização da brincadeira nos últimos anos tem impulsionado a criatividade de alguns pais, que acabam ignorando riscos potenciais para os pequenos.
Alguns produtos podem causar irritações e reações alérgicas, especialmente em quem já tem histórico de doenças respiratórias, então é importante estar atento a isso. Muitas tintas não foram feitas para entrar em contato com a pele ou com o couro cabeludo de crianças, que têm a pele mais sensível, portanto também devem ser evitadas.
— Jandrei Markus, da Sociedade Brasileira de Pediatria.
É preciso dar atenção aos componentes dos produtos utilizados, que podem conter químicos, metais pesados, substâncias inflamáveis ou tóxicas, que não devem ser utilizados.
Há risco também no uso de palitos e outros objetos pontiagudos, objetos pesados ou muito pequenos, que podem acabar sendo broncoaspirados pelas crianças.
“Usar animais também não! Até fica bonitinho, mas pode colocar em risco a segurança dos bichinhos e da própria criança. Os bichos podem transmitir uma infecção, provocar reação alérgica e até algo mais grave”, alerta o especialista.
Cuidado também na remoção
Outro aspecto que deve ser considerado pelos pais é a remoção dos produtos e objetos após a brincadeira. O médico da Sociedade Brasileira de Pediatria dá algumas recomendações:
- Não deixar os produtos na pele da criança por muito tempo.
- Fazer a remoção adequada antes de dormir.
- Usar produtos seguros durante a remoção.
É preciso dar atenção a objetos possivelmente cortantes ou fixados de maneira inadequada, que podem causar incômodos ou ferimentos.
“Jamais devem usar também colas permanentes ou industriais. E é importante utilizar xampu e sabonete que sejam adequados para a idade da criança, preferencialmente à base de água”, reforça o especialista.
A brincadeira ainda pode e deve acontecer, mas não às custas da segurança das crianças.
— Jandrei Markus, da Sociedade Brasileira de Pediatria.