O deputado federal José Rocha (União-BA) revelou ter levado uma bronca do deputado Arthur Lira (PP-AL), à época presidente da Câmara dos Deputados, após questionamento sobre emendas parlamentares. As informações foram reveladas nesta sexta-feira (12/12), após o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizar a quebra de sigilos de depoimentos.
A declaração foi em depoimento à Polícia Federal (PF), no âmbito da investigação que apura irregularidades na destinação de recursos públicos por meio de emendas parlamentares.
“Eu passei a receber mais outras remessas da presidência, através dessa assessora, e chegou uma remessa de R$ 320 milhões para Alagoas. A terra do presidente da Câmara dos Deputados”, afirmou o deputado José Rocha sobre Mariângela Fialek, ex-assessora de Lira, conhecida como Tuca, e alvo de mandados de busca e apreensão da PF nesta sexta.
Ele completou: “Eu segurei o envio para o ministério, questionando que eu precisava saber que destinação teriam esses recursos. E quais seriam os beneficiários? Quais seriam os autores? Aí, segurei. Vieram umas outras, se não me falha a memória, mais duas outras remessas de minuta de ofício, acompanhado de planilhas. E eu segurei. Aí, o presidente me liga dizendo que eu estava criando problema”.
Lira na mira da Justiça
No fim de 2024, Rocha chegou a afirmar ao Metrópoles que as atas das emendas supostamente aprovadas pelas comissões não existiam. Ele também acusou Lira de “faltar com a verdade” em respostas enviadas à Suprema Corte.
Além de Rocha, outros parlamentares foram ouvidos pelas autoridades durante a investigação, incluindo o deputado Glauber Rocha (PSol-RJ), responsável por entrar com um mandado de segurança no Supremo contra o ex-presidente da Casa Baixa.
A PF também realizou oitivas com a deputada Adriana Ventura (Novo-SP), o deputado Fernando Marangoni (União-SP), o deputado Dr. Francisco (PT-PI), o senador Cleitinho (PL-MG), além da inquirição de Elza Carneiro, servidora da Câmara dos Deputados.
Operação Transparência
A Operação Transparência, deflagrada nesta sexta, foi autorizada pelo ministro Flávio Dino, do STF, que também derrubou o sigilo dos depoimentos, para apurar irregularidades na distribuição de emendas parlamentares. Os investigados são suspeitos dos crimes de peculato, falsidade ideológica, uso de documento falso e corrupção.





