A deputada federal Silvye Alves (União-GO) afirmou, nessa quinta-feira (18/9), ter sido coagida para votar a favor da Proposta de Emenda à Constituição nº 3/2021, conhecida como PEC da Blindagem, e diz que vai deixar a legenda.
“Insatisfeita, Silvye Alves vai deixar o partido assim que abrir a janela partidária em 2026”, diz trecho de nota enviada pela assessoria da parlamentar à imprensa.
Além da nota, Silvye se manifestou, também, em um vídeo postado no Instagram. Na gravação, a deputada federal pede desculpas aos eleitores pelo “erro gravíssimo”. “Eu vim aqui humildemente pedir desculpas aos meus eleitores. Eu cometi um erro gravíssimo na última terça-feira (17/9), durante a votação da PEC da Blindagem. Eu fui contra tudo aquilo que eu defendo, tudo aquilo que eu acredito”, afirmou.
A parlamentar argumentou que foi forçada a votar a favor da proposta. No vídeo, Silvye conta que registrou o voto contra a PEC por volta das 19h, mas que não conseguiu manter o posicionamento após a pressão.
“A partir desse momento, eu comecei a receber muitas ligações de pessoas influentes do Congresso Nacional, se é que vocês me entendem. Ligaram dizendo que [havendo] a votação contra, eu sofreria retaliações. Enfim, eu não sei que tipo de retaliação um deputado federal poderia sofrer dentro da Câmara dos Deputados, e eu fui covarde”, mencionou.
A PEC da Blindagem prevê que qualquer investigação ou prisão de parlamentares só poderá ocorrer com autorização prévia do Congresso Nacional, e que os parlamentares têm 90 dias de prazo para realizar a manifestação
Sem citar nomes
Embora alegue a pressão para mudar o voto, Silvye não cita nomes de quem teria tentado fazê-la mudar de posicionamento. A deputada diz que tem sido xingada nas redes sociais por causa do voto a favor da PEC.
Nos comentários na postagem da parlamentar goiana, há muitas mensagens com críticas a ela. “Não é arrependimento, é medo de não ser mais eleita!”, escreveu uma usuária da rede. Outro, afirmou que não será mais eleitor de Silvye: “Não erro mais votando na senhora”.