Depois de subir 9% na véspera na bolsa de Nova York, o preço do cacau abre ‘flutuando’ e até 8h46 registrava alta leve, de 0,09%, se mantendo no maior patamar de maio, a US$ 9.960 a tonelada dos contratos com entrega para julho. Analistas consideraram o movimento exacerbado, já que os bastidores que pesam sobre o mercado não mudaram: na África, os maiores produtores seguem com os trabalhos de campo e as expectativas de qualidade da amêndoa não são das melhores.
Por outro lado, o boletim da Market Screener traz nesta manhã um fator macroeconômico no continente africano, que pode pesar sobre as negociações do cacau de forma indireta: as ações asiáticas se juntaram à alta global e o dólar americano manteve a maior parte de seus ganhos na terça-feira, “com os investidores respirando aliviados após uma interrupção temporária na guerra comercial entre os EUA e a China”, aliviando as preocupações com uma recessão global, mas dando suporte à commodity.
Contudo, Rafael Borges, da StoneX, considera que o movimento do cacau tem mais relação com a dinâmica do mercado futuro, se mantendo altamente volátil.
Os papéis do arábica para julho recuam 1,02% nesta manhã, custando US$ 3,7235 por libra-peso. No Brasil, o Cepea já indica que o mês de maio já acumula uma queda de 6% no mercado doméstico, reflexo das desvalorizações no mercado internacional, que dão um fôlego para a indústria. As revisões sobre o volume da safra no Brasil e as melhorias recentes nas condições climáticas pesam sobre as cotações, além da valorização do real em relação ao dólar.
Por outro lado, “o que mais se ouve no mercado brasileiro, é o fato dos armazéns estarem com muito pouco café estocado, apontando para um estoque de passagem historicamente baixo em junho próximo, no final deste ano safra 2024/2025”, detalhou em seu boletim diário o especialista Eduardo Carvalhaes, que monitora os preços do grão.
Nos mercados de açúcar e algodão as tendências são mistas. O demerara com vencimento para julho cai 0,60%, com cotação a 18,11 centavos de dólar por libra-peso.
Os contratos da pluma de mesmo prazo sobem 0,26%, custando 66,45 centavos de dólar por libra-peso.