O bom desenvolvimento da bezerra é ponto-chave para a produtividade da vaca leiteira no futuro. Esse foi um dos aspectos apontados por especialistas durante a Agroleite, feira promovida pela Cooperativa Castrolanda entre os dias 7 a 9 de agosto, em Castro (PR).
“O manejo, as inovações e as tecnologias podem ajudar muito no desenvolvimento dessa fêmea que, depois, trará mais rentabilidade porque desde o início ela foi olhada como uma futura produtora”, ressaltou Pedro Sbardella, gerente de marketing de Ruminantes para a Elanco Brasil, em entrevista à Globo Rural.
Além disso, Sbardella destacou que a atenção à fase inicial da vaca também contribui para uma longevidade maior. “O retorno do investimento está muito ligado à produtividade, mas também à longevidade desse animal na fazenda”, enfatizou. Ele lembrou que o descarte precoce de uma fêmea acaba impactando no bolso do produtor, uma vez que não foi possível aproveitar todo o potencial que o animal tinha e isso acaba interferindo negativamente na produção.
Problemas no bezerreiro
Entre os principais problemas que podem prejudicar o desenvolvimento das bezerras estão a coccidiose, a colibacilose, as pneumonias e a tristeza parasitária bovina (TPB). É recomendação dos especialistas que o produtor ou a assistência técnica da propriedade esteja capacitada para identificar os sinais clínicos das enfermidades que acometem animais jovens e adotar estratégias preventivas e terapêuticas para essas enfermidades, comuns nas etapas iniciais do ciclo produtivo.
A coccidiose é normalmente causada por protozoários do gênero Eimeria, e a colibacilose, provocada por cepas da bactéria Escherichia coli, sendo a diarreia o sintoma mais comum. Já a pneumonia, uma condição complexa e multifatorial, é frequentemente causada por uma combinação de agentes infecciosos, como vírus e bactérias, e a TPB envolve anemia hemolítica, febre, perda de peso e produtividade.
“Todas essas doenças ameaçam a vida de bezerras em aleitamento e, se negligenciadas, prejudicam a produtividade do animal e podem até levá-lo a óbito”, explica Matheus Lopes, consultor técnico de leite da Elanco.
Campanha
A fim de disseminar essas informações junto aos produtores, a Elanco lançou a campanha Legado Leiteiro, que disponibiliza informações sobre os cuidados necessários no bezerreiro, assegurando não apenas o controle sanitário, mas também o bem-estar do rebanho.
Segundo Fernanda Paparotti, coordenadora de marketing de Ruminantes para a Cadeia Leiteira da Elanco Brasil, a campanha visa conscientizar os produtores sobre a importância do manejo e sanidade das bezerras. “O futuro da fazenda está em bezerras e novilhas saudáveis. O sucesso das demais etapas do processo produtivo depende disso”, afirma.
Fernanda lembra que para alcançar esse objetivo, é essencial que produtores e técnicos adotem boas práticas de manejo e bem-estar no bezerreiro ao longo de todo o ciclo produtivo.
As ações da campanha destacam o manejo estratégico para a prevenção, diagnóstico e tratamento das principais doenças que acometem as bezerras leiteiras. A iniciativa inclui placas informativas sobre sinais de doenças comuns em animais jovens, que podem ser afixadas nas fazendas para facilitar o reconhecimento rápido.
Entre os materiais, está a placa de monitoramento de diarreias no bezerreiro, produzida em parceria com a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo – FMVZ-USP e o Grupo de Pesquisa Sanidade e Neonatologia Bovina – GeCria USP.
O material traz informações de maneira didática, incluindo escore de fezes, com indicação para início de tratamento, assim como o percentual de desidratação e os sintomas que caracterizam a saúde dos estágios normal, passando pelo crítico até alto risco de morte. Também foi elaborada uma placa de monitoramento para Doença Respiratória Bovina (DRB). As placas estão disponíveis no link da bio do Instagram do Gecria USP.
Além de levar a campanha à Agroleite, a empresa chamou a atenção para estratégias de manejo nutricional e sanitário voltadas ao controle das principais enfermidades dos bezerreiros, com foco também no bem-estar animal.
Saúde animal
A saúde animal atrelada à rentabilidade na pecuária leiteira também esteve em evidência para quem visitou a casa da Vetoquinol Saúde Animal na feira. Jorge Espanha, presidente do grupo na América Latina e Canadá, ressaltou à reportagem que o custo do produtor de leite está baseado em variáveis externas e internas, o que pode pressionar – até mesmo negativamente – a rentabilidade, principalmente, daqueles que não estão produzindo com alta tecnologia.
“A pecuária leiteira é um investimento de médio e longo prazo, por isso o produtor precisa estar sempre buscando melhorias no seu plantel, na produtividade e na redução de custos, com base em fatores que ele pode controlar”, observou. Podem ser incluídos entre esses fatores o manejo, nutrição, mecanização, redução de insumos e negociação com fornecedores de suprimentos.
O executivo acredita que essas são ações fundamentais para o produtor que deseja obter retorno do investimento e se consolidar na atividade. “Hoje temos uma gama de produtos que realmente tratam e trazem solução e produtividade para o rebanho leiteiro, com estratégia de saúde animal e maior controle do ponto de vista sanitário e nutricional”, completou.
A empresa também levou à feira um portfólio de produtos voltados à saúde animal do rebanho leiteiro, com soluções para o combate de parasitas e microrganismos que afetam a produtividade do leite e o bem-estar das vacas, entre outras tecnologias voltadas ao setor.