A CPMI do INSS recebe, nesta terça-feira (28/10), o depoimento do empresário Domingos Savio de Castro, sócio de Antonio Carlos Camilo Antunes (na imagem em destaque), conhecido como o “Careca do INSS”. Ambos configuram no quadro societário da Truetrust, um call center usado no esquema de descontos associativos ilegais.
Segundo as investigações da Polícia Federal, a empresa atendia reclamações de aposentados relatando que nunca autorizaram descontos na folha de pagamento. Segundo mostrou o Metrópoles, funcionários eram orientados a darem prazo pro estorno dos descontos ou para seguirem por um link enviado pelo WhatsApp.
Farra no INSS
- O escândalo do INSS foi revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023.
- Três meses depois, o portal mostrou que a arrecadação das entidades com descontos de mensalidade de aposentados havia disparado, chegando a R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações respondiam a milhares de processos por fraude nas filiações de segurados.
- As reportagens do Metrópoles levaram à abertura de inquérito pela Polícia Federal (PF) e abasteceram as apurações da Controladoria-Geral da União (CGU).
- Ao todo, 38 matérias do portal foram listadas pela PF na representação que deu origem à Operação Sem Desconto, deflagrada no dia 23 de abril deste ano e que culminou nas demissões do presidente do INSS e do então ministro da Previdência, Carlos Lupi.
Domingos Savio também recebeu repasses considerados “atípicos” de entidades sindicais: a União Nacional de Auxílio aos Servidores Públicos (Unaspub), que passou R$ 4,8 milhões para a conta pesoal de Sávio; e a Associação Brasileira dos Contribuintes do Regime Geral de Previdência Social (Abrasprev) fez uma “transação atípica” de R$ 540,5 mil para o dirigente.
A CPMI também ouvirá o depoimento de Henrique Traugott Binder Galvão, piloto que comandou aviões ligados à Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), uma das principais entidades investigadas.Play Video
Como mostrou o Metrópoles, Silas da Costa Vaz, vinculado à sindical, é dono de aviões. No requerimento de convocação, o relator Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), disse que o depoente, “por ter conhecimento de quem utilizava as aeronaves como passageiro, o coloca em posição privilegiada de oferecer informações relevantes sobre possíveis conexões com práticas fraudulentas que afetaram milhões de aposentados e pensionistas”.







