Após encerrar o pregão anterior com alta de 1,92%, o trigo iniciou a sexta-feira (8/8) em queda na Bolsa de Chicago. O movimento é influenciado pela entrada da nova safra do Hemisfério Norte no mercado internacional e pela necessidade de manter a competitividade dos preços.
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As previsões de tempo seco no norte das Grandes Planícies favorecem o avanço da colheita do trigo de primavera, o que também pressiona as cotações. Os contratos com entrega em dezembro recuam 0,28%, cotados a US$ 5,3750 por bushel.
As perdas, no entanto, são limitadas por dados positivos de exportação semanal divulgados na quinta-feira pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês), além da expectativa de que o órgão possa revisar levemente para baixo sua estimativa de produção no país na próxima terça-feira. Há também sinais de possível aumento da demanda.
No Mar Negro, a consultoria russa SovEcon revisou para baixo sua estimativa de produção de trigo na Rússia em 2025, de 83,6 milhões para 83,3 milhões de toneladas. No ano anterior, o país colheu 82,6 milhões de toneladas. A revisão foi atribuída à deterioração das condições das lavouras no sul do território russo. Em Rostov, principal região produtora, a colheita está estimada em 8,1 milhões de toneladas, uma queda de 19% na comparação anual e o menor volume desde 2015. Em Krasnodar, a segunda maior região produtora, a previsão é de 7,3 milhões de toneladas, 26% abaixo do volume colhido em 2024 e o menor patamar desde 2013.
A soja também recua nesta manhã. Os contratos para dezembro têm queda de 0,49%, a US$ 9,6925 por bushel. A pressão vem da ausência de novas compras da China, principal importador global da oleaginosa, diante de tensões persistentes com os Estados Unidos, agora ampliadas por divergências envolvendo o petróleo russo.
O ritmo constante das exportações brasileiras e a previsão de retorno das chuvas a partir de amanhã em áreas-chave do cinturão produtor norte-americano também influenciam negativamente as cotações. As precipitações previstas podem beneficiar o desenvolvimento das lavouras em um mês considerado decisivo para a definição dos rendimentos.
No mercado de milho, os contratos com vencimento em dezembro registram queda de 0,18%, a US$ 4,0625 por bushel, mesmo após o USDA divulgar números expressivos de exportações da safra 2025/26. A expectativa de que o USDA eleve sua estimativa de produção recorde nos Estados Unidos na próxima terça-feira contribui para a pressão negativa, apoiada pelas chuvas previstas nos próximos dias em importantes regiões produtoras do Meio-Oeste, aponta a consultoria Granar.
Além disso, o avanço da colheita da segunda safra no Brasil e o consequente aumento das exportações também pesam sobre os preços, que voltam a se aproximar dos níveis mínimos registrados na última quarta-feira.