Em resposta às críticas feito pelo setor produtivo de arroz do Rio Grande do Sul, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) refutou “qualquer ilação quanto à manipulação de dados com o objetivo de influenciar o comportamento do mercado agrícola”.
Em nota enviada à reportagem, a estatal salientou que o acompanhamento da safra reflete a expectativa de produção no mês anterior à publicação do relatório mensal de safra e que os dados de fevereiro devem mostrar um cenário mais atualizado da safra em curso.
Uma das reclamações da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) e da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz) é a disparidade de informações de área plantada em território gaúcho, de quase 60 mil hectares a mais nas estimativas da Conab.
“Destaca-se que a semeadura do arroz, no Rio Grande do Sul, finalizou na segunda semana de janeiro. A equipe técnica da Conab voltará a campo a partir da próxima semana. Esses dados serão publicados no relatório de fevereiro”, informou a Conab.
A estatal disse ainda que ampliou as parcerias com instituições de reconhecida capacidade técnica para aprimorar os levantamentos. Um acordo foi firmado com Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para implementar mapeamento de área cultivada de arroz no Rio Grande do Sul, por meio de imagem de satélite, destacou a estatal.
“Com esse levantamento objetivo a Conab poderá dirimir quaisquer dúvidas relativas à área plantada de arroz, comparativamente ao levantamento subjetivo da Conab e outras instituições”, garantiu.
Em nota enviada à reportagem, a Conab reforçou que acompanha regularmente as informações da cadeia produtiva do arroz e ressaltou que desenvolve os levantamentos da produção agrícola há quase 50 anos.
Sobre as críticas a respeito de suposta intervenção nos preços do arroz do país, a Conab respondeu que, em 2024, as cotações do cereal mantiveram-se em alta, o que contribuiu para o aumento da área plantada nesta safra, mas prejudicou a expectativa de avanço no consumo, que não se concretizou.
“Em razão do peso desse cereal na composição do IPCA alimentos e da cesta básica, a Conab vem qualificando o acompanhamento da safra agrícola”, justificou.