As exportações brasileiras com destino aos Estados Unidos caíram 18,5% em agosto, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), divulgados nesta quinta-feira (4).
A tarifa de 50% anunciada por Donald Trump sobre produtos do Brasil entrou em vigor no dia 6 de agosto.
Entre os produtos que mais registraram queda estão: minério de ferro (-100%), açúcares (-88,4%), aeronaves (-84,9%), carne bovina fresca (-46,2%), óleos combustíveis (-37%) e produtos semiacabados de ferro ou aço (-23,4%).
Aeronaves, petróleo e minério de ferro, no entanto, não foram afetados pela sobretaxa de 50%.
A redução nas exportações desses itens decorre do movimento de antecipação das vendas feito pelos setores em julho, já que a lista de exceções, com mais de 700 produtos, só foi publicada após o anúncio da tarifa.
O anúncio inicial da sobretaxa, que ainda não previa a lista de exceções, ocorreu no início de julho, o que levou muitos empresários a anteciparem os embarques antes que a nova alíquota entrasse em vigor.
As exportações para a China, por outro lado, cresceram 29,9%. O mercado chinês, principal parceiro comercial do Brasil, é visto como um dos principais mercados alternativos para produtos que seriam enviados aos EUA.
Outro mercado visado e recentemente visitado pelo governo federal, o México também comprou mais do Brasil. As vendas para os mexicanos cresceram 43,8% no mês do tarifaço.
A balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 6,133 bilhões em agosto deste ano.
O resultado representa um salto de 35,8%% frente ao mesmo período do ano passado, quando o saldo foi de US$ 4,5 bilhões.
O número é fruto da diferença entre as exportações, que somaram US$ 29,861 bilhões, e as importações, que totalizaram US$ 23,728 bilhões em agosto. A corrente de comércio totalizou US$ 53,589 bilhões no mês.