Em ritmo acelerado devido ao clima seco, a colheita de café no Brasil atingiu 44% da safra 2024/25, de acordo com levantamento feito até dia 18 de junho pela Safras & Mercado.
O volume colhido representa um avanço de sete pontos percentuais em relação à semana anterior. O conilon é responsável pelo ritmo mais intenso e pela subida nos percentuais mapeados, informou a agência.
Ainda assim, segundo o consultor Gil Barabach, o resultado da colheita está abaixo do esperado, o que deve resultar em correção para baixo no número de safra. “A ideia atual é de um corte entre 8% e 14% em relação à previsão preliminar, embora algumas regiões já registrem perdas de até 20% em relação à
perspectiva anterior ao início da colheita. Esse cenário reforça internamente o quadro de firmeza nos preços visto lá fora”, comenta.
Este ano, o avanço para a semana que vai de 11 de junho a 18 de junho é um dos mais altos da média dos últimos cinco anos, que ficou em cerca de 40% da colheita. A variação aumenta ao comparar com o mesmo período de 2023, quando a colheita de café estava em 39%.
“A colheita do conilon acelerou bastante, diante do clima seco e o atual estágio de maturação das lavouras, e alcança 62% do potencial produtivo. Assim, os trabalhos já superam igual período do ano passado (56%) e a média dos últimos 5 anos (59%)”, detalha o boletim da Safras divulgado hoje.
Contudo, a colheita de arábica assume um ritmo “mais compassado”, embora esteja bem adiantada em comparação a períodos anteriores. Já foram colhidos 35% do potencial da produção.
“A safra mais miúda continua preocupando bastante, devido à dificuldade em conseguir peneira 17/18, o que explica o ágio pago para os cafés mais graúdos na exportação. Também cresce o ruído no mercado de uma possível correção negativa nos números de arábica. Outro ponto é que os produtores continuam mantendo um procedimento mais lento na secagem e beneficiamento, deixando o café descansando mais tempo na tulha, o favorece a qualidade da bebida, mas também explica o pouco café disponível nas praças de negociação”, avalia Barabach.
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