A produção de cana-de-açúcar do centro-sul deve alcançar 600 milhões de toneladas na safra 2026/27, leve alta de 0,84% em relação ao ciclo anterior, estimou a consultoria Safras & Mercado nesta segunda-feira (22/12) em sua primeira projeção para a nova temporada, que começa em abril do ano que vem. As condições climáticas devem limitar o avanço da moagem.
“Apontamos um crescimento marginal, beirando a estabilidade sobre a safra de cana no centro-sul do Brasil, em função das chuvas fracas que ocorrem na entressafra”, disse a consultoria em relatório.
Ainda que dezembro de 2025 tenha sido de chuvas acima da média até o momento, as precipitações abaixo da média foram observadas desde agosto deste ano.
Segundo a Safras & Mercado, as previsões climáticas para janeiro de 2026 indicam o retorno do padrão de chuvas abaixo da média histórica sobre o período, entre 50 milímetros e 150 milímetros nas áreas de canaviais do centro-sul.
“Isto confirma um padrão de chuvas abaixo da média no principal mês de chuvas da estação, o que deverá prejudicar a continuidade do desenvolvimento da cana para a safra futura 2026/27”, explicou.
Considerando a produção do Norte e Nordeste, a safra nacional foi estimada em 660,2 milhões de toneladas, ligeiro aumento de 0,95%.
Açúcar e etanol
A produção de açúcar do centro-sul deve alcançar 38 milhões de toneladas em 2026/27, queda de 5% comparada à safra anterior. Já o etanol deve ter elevações significativas.
A consultoria estimou a produção de etanol hidratado em 19,3 bilhões de litros no centro-sul, avanço de 4,32% na nova temporada. O anidro tende a crescer 14,35%, para 13,15 bilhões de litros. No etanol de milho, a perspectiva é de alta de 3,9%, para 4 bilhões de litros.
“Há um forte incremento na produção de etanol, tanto anidro quanto hidratado e tanto de cana quando de milho, em função da demanda maior por ambos a ser vista em 2026 com o aumento do E30 (misturado de 30% de etanol na gasolina) e da manutenção da arbitragem altamente positiva para o hidratado contra o açúcar bruto de Nova York, o que levará as usinas a incrementar a oferta de etanol”, disse a consultoria.
Para a Safras, o açúcar no Brasil, com preços baixos no mercado internacional – em função das as ampliações das ofertas da China, Índia e Tailândia – e a manutenção do padrão de superávit em 11 milhões de toneladas para 2025/26 internacional – estimado pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês) – seguirá menos preterido pelas usinas em 2026, mostrando um forte revés frente ao que ocorreu em 2025.






