As chuvas no Rio Grande do Sul têm potencial para quebrar a safra de arroz entre 10% e 11% e causar prejuízo de R$ 68 milhões até o momento, segundo relatório especial feito pela consultoria Datagro.
A expectativa inicial era que a produção de arroz de 2023/24 no Estado correspondesse a 71% do total no país, com 7,5 milhões de toneladas. Com as perdas causadas pelas chuvas, porém, deve ficar entre 6,7 mil a 6,8 mil toneladas. Até o início dos temporais, 83% da área total semeada – de 900 mil hectares – já havia sido colhida. O restante está em áreas inundadas.
Pela capacidade do arroz em ficar embaixo d’água por até sete dias, “a avaliação preliminar é que as perdas poderiam girar em torno de 50% da produção potencial restante, ou cerca de 600 mil a 700 mil toneladas”, segundo a consultoria.
Além disso, será necessário analisar o volume potencialmente perdido em armazéns inundados.
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Para outros grãos, são esperados prejuízos com menor impacto nacional. No caso da soja, por exemplo, espera-se perda de 15% a 25% da área não colhida, o equivalente a uma faixa entre 750 mil e 1,25 milhão de toneladas. “A safra total oscilaria de 20,7 milhão a 21,25 milhão toneladas, com perdas de 3% a 6% da produção projetada”.
O prejuízo direto esperado pela soja é entre R$ 125 milhões e 155 milhões, com “algum impacto altista imediato sobre as cotações internacionais e domésticas”, escrevem os analistas.
Para o milho, espera-se um impacto ainda menor, com perdas de 2% a 4% da projeção e prejuízo direto entre R$ 7 milhões e R$ 12 milhões, com um leve potencial altista de preços locais, mas sem peso para afetar o mercado internacional, diz a Datagro.
O impacto na safra de feijão deve ser apenas residual, segundo a consultoria, uma vez que a primeira safra já foi totalmente colhida e que a segunda representa apenas 2% da produção nacional, tendo impacto apenas regional.
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