Dados do Censo Demográfico de 2022 divulgados nesta quinta-feira (9/10) pelo Instituto Brasileiro Geográfico de Estatística (IBGE) indicam que as mulheres representam o maior percentual dos servidores domésticos no país: 93%. A pesquisa também aponta menor representatividade feminina na área da construção (3,6%) e expõe a desigualdade salarial de gênero.
O que o Censo 2022 mostra:
- No final de julho de 2022, eram 3,7 milhões de trabalhadores de serviços domésticos no país, o equivalente a 4,2% da população ocupada com mais de 14 anos.
- Desse total, 3,5 milhões eram mulheres.
As mulheres também formam maioria nas áreas das ciências e intelectuais (60,8%), trabalhadores de apoio administrativo (64,9%) e trabalhadores dos serviços, vendedores dos comércios e mercados (58,9%).
No entanto, a desigualdade ocupacional de gênero e a segregação salarial transparecem nos setores de menor representação feminina. Áreas de construção (3,6%), transporte, armazenagem e correio (9,3%) e Indústrias extrativas (14,4%) tendem a ter rendimentos médios mais altos e podem pagar o dobro do que se ganha em atividades dominadas por mulheres (como serviços domésticos, saúde e educação).
A ocupação de homens nestes setores que possuem uma remuneração maior reflete também na desigualdade salarial entre homens e mulheres apontas pelo senso. Em 2022, o rendimento mensal de todos os trabalhos dos homens (R$ 3.115) superou em 24,3% o das mulheres (R$ 2.506).
Segregação persiste
A segregação salarial no mercado de trabalho persiste apesar das mulheres terem um nível de escolaridade melhor do que o dos homens. Em 2022, cerca de 28,9% das mulheres que estavam no mercado de trabalho tinham nível superior completo. Já os homens ocupados, o percentual era de somente 17,3%
Nas faixas de quem não havia concluído a escola, a representatividade masculina também foi maior: 17,4% dos homens tinham ensino médio incompleto, contra 13,5% das mulheres, e 26,4% deles tinham o fundamental incompleto, ante 16,2% das mulheres ocupadas.