Pela terceira vez o ex-deputado federal Célio Moura (PT) pretende disputar a Prefeitura de Araguaína. Ele concorreu em 2004, quando obteve o melhor desempenho contra a então prefeita Valderez Castelo Branco – ela foi reeleita com 51,49% dos votos contra 48,51% para Célio. Depois ficou na terceira colocação em 2008, quando o hoje ex-prefeito Ronaldo Dimas tentou conquista a prefeitura pela primeira vez. Quem ganhou foi Valuar Barros.
CANDIDATURA POPULAR
Agora, Célio – entrevistado da série da Coluna do CT – pretende concorrer com a jornalista e empresária Silene Borges (Rede) na vaga de vice. O lançamento da pré-campanha ocorreu no dia 26 de maio, e o petista disse que “foi uma demonstração de união da esquerda do Tocantins”. “Principalmente da nossa região, em favor de uma candidatura homogeneamente popular”, avaliou.
Segundo o ex-deputado, o diretório nacional do PT definiu que, em todas as cidades acima de 100 mil eleitores, a campanha será comandada pela executiva nacional do partido. Apesar do conservadorismo que impera em Araguaína, o petista garantiu vai colocar sua campanha “em pé de igualdade com as outras duas” – a do prefeito Wagner Rodrigues (UB) e a do deputado estadual Jorge Frederico (Republicanos). “Todos os dois nossos adversários são bolsonaristas declarados, os dois ‘apaixonados’ no governo do Estado. O prefeito atual fica louco para ter o apoio do governador, que já definiu o apoio ao deputado Jorge Frederico”, irnonizou sobre o cenário eleitoral da cidade e prosseguiu alfinetando: “Eu continuo há 40 anos na mesma casa e no mesmo escritório, com a mesma mulher e a mesma religião, católico. Teve candidato aqui que até mudou de religião. Não sei porque, nem o quê ele quis com isso”.
OBRAS DO GOVERNO LULA E DILMA
Sobre as gestões de Dimas e Wagner, Célio defendeu que elas só conseguiram realizar muitas obras por conta dos governos do PT dos presidentes Lula e Dilma Rouseff. “Foram todas [essas obras] liberadas pelos governos do presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff. Araguaína não tem nenhuma obra de destaque dos governos Michel Temer e Jair Bolsonaro. Agora novamente o presidente Lula tem olhado com muito carinho para a cidade de Araguaína. Só de moradias foram 7,5 mil casas nos governos Lula e Dilma”, exemplificou. “Daí eu pergunto: por que o governo de Temer e Bolsonaro, que o prefeito da cidade apoiava, fazia campanha, não trouxe um só conjunto habitacional para cá?”, provocou.
PERIFERIA ABANDONADA
O pré-candidato do PT defendeu ainda que Araguaína “não pode ser a cidade que tem o empresário mais rico, que tem seis frigoríficos, a capital do boi gordo, a capital universária – temos aqui três cursos de direito, dois cursos de medicina –, uma cidade pujante, com muita arrecadação, e ter a periferia abandonada”. “Não tem centro de lazer, não tem cultura nos bairros, postos para garantir a saúde mais próxima da população. Araguaína tem 15 mil famílias morando debaixo de lona preta, de barracos de palha, ou morando de favor do sogro, da sobra, do irmão, de um amigo”, contou Célio.
IPTU MAIS CARO DO BRASIL
Para ele, é a cidade que “tem, talvez, o IPTU mais caro do Brasil”. “Estão perseguindo pessoas pobres, que estão vendendo seus terrenos, estão tendo suas motocicletas apreendidas, até dinheiro das aposentadorias estão sendo bloqueados para pagar o IPTU absurdo”, criticou.
PREFEITURA VIROU UM BANCO
Célio disse que a gestão de Araguaína não priorizou a educação básica e a saúde. “Todo dinheiro que vem não é aplicado corretamente no que diz respeito à educação e à saúde. A infraestrutura, como eu disse, somente com o dinheiro federal. Quero perguntar aqui: onde está o dinheiro do ICMS, do IPTU, da taxa de iluminação pública, da taxa de lixo? A Prefeitura de Araguaína virou um banco. Até para você pegar um boleto para pagar um tributo, você tem que pagar a confecção do boleto”, afirmou. “É um absurdo o que está acontecendo em Araguaína.”
CANDIDATO DO GOVERNO
Por isso que o pré-candidato disse ter colocado seu nome na corrida sucessória. “Para debater com a sociedade esse IPTU abusivo. E o candidato do governo [Jorge Frederico], quando era vereador, votava isso aí, e, como deputado, votou a favor do aumento do IPVA, que tem massacrado também os proprietários de automóveis”, pontuou.
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