O assassino confesso da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes deve depor na tarde desta terça-feira (27) no Supremo Tribunal Federal (STF).
Essa será a primeira vez em que Ronnie Lessa falará sobre o caso após apontar os supostos mandantes do crime em delação premiada.
Lessa deve ser interrogado a partir das 13h pelo juiz instrutor Airton Vieira, do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso na Corte.
Há duas semanas, testemunhas do caso começaram a ser ouvidas, entre elas a jornalista e ex-assessora de Marielle, Fernanda Chaves. Ela disse que, logo após o assassinato, uma viatura da polícia passou ao lado do local do crime e não parou para prestar auxílio.
A assessora, que estava ao lado de Marielle no banco de trás do veículo dirigido por Anderson Gomes, foi a única sobrevivente do atentado, ocorrido em 14 de março de 2018. Ela afirmou que não foi atingida porque o corpo da vereadora foi uma espécie de “escudo” contra os disparos.
No acordo de delação premiada que Lessa fechou com os investigadores e foi homologado pelo STF, o ex-policial apontou os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão como mandantes do crime, que – ainda segundo o assassino confesso – teria contado com o apoio do delegado Rivaldo Barbosa, então chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Todos negam envolvimento.
Na semana passada, a defesa de Ronnie Lessa apresentou petição ao ministro Moraes para que pudesse ter contato com o réu antes da audiência.
No documento, o advogado Saulo Carvalho disse que outros pedidos foram negados pelo desembargador Airton Vieira e estava com “vedação total de comunicação”. E conseguiu autorização. A defesa deve se reunir com o réu antes da audiência.