A reta final dos principais campeonatos estaduais reservou muitas emoções pelo Brasil. Entre várias disputas, três se destacam pela forma como foram obtidas: as do Atlético-MG, em Minas; do Vitória, na Bahia, e do Ceará.
Atlético-MG
O título do Galo veio na força de um elenco muito superior ao do rival Cruzeiro. Nas alterações ficou evidente a diferença gritante de qualidade. Em seu segundo jogo no comando do Atlético, o treinador argentino Gabriel Milito mandou a campo Igor Gomes, o chileno Vargas e Gustavo Scarpa, enquanto seu compatriota Nicolás Larcamón, do Cruzeiro, chamou João Marcelo, Gasolina e Papagaio.
Embora tivesse saído na frente na partida e administrasse a vantagem do empate pela melhor campanha, o Cruzeiro recuou muito cedo. O Galo foi ousado, ficou com somente um zagueiro e encheu o campo de atacantes. Foi premiado, com o detalhe de um golaço de cabeça do lateral-direito argentino Saravia, e o tento definitivo do ex-palmeirense Gustavo Scarpa.
Pentacampeão mineiro, o Atlético, finalmente, viu o investimento pesado em seu elenco ser determinante em um jogo decisivo. O Cruzeiro evoluiu, mas faltaram opções de qualidade para sustentar a vantagem adquirida na fase classificatória e no primeiro.
Vitória
Investimento não faltou ao Bahia, turbinado pelo dinheiro do Grupo City, mas o Vitória e seu patrocinador nada convencional, a Fatal Models (um site de acompanhantes), tiveram melhor retorno. O primeiro jogo foi a chave para o trigésimo título rubro-negro. Após estar perdendo em casa por 2 a 0, o time buscou uma virada épica por 3 a 2. Na volta, na Fonte Nova, o Vitória saiu na frente, levou o empate e soube administrar a pressão atuando com um jogador a mais. Ponto para o jovem treinador Léo Condé, de 45 anos.
Ceará
Em Fortaleza, houve drama. Após dois empates com a bola rolando, Fortaleza e Ceará foram para os pênaltis. Quando a taça parecia encaminhada para o Tricolor, brilhou a estrela do goleiro Richard, do Ceará. Assim como aconteceu na Bahia, no Ceará quem investiu menos se deu melhor. O Fortaleza é o time mais estruturado e estabelecido do Nordeste, mas não conseguiu superar o rival. O Ceará do treinador Vágner Mancini foi campeão invicto. Pena que uma pancadaria entre os jogadores no final tenha acontecido.
Flamengo
No Rio, a última partida foi protocolar. O Flamengo venceu o Nova Iguaçu por 1 a 0, somando quatro gols de vantagem no placar agregado, e festejou o 38º título estadual. Campeão invicto, o Mengão derrubou marca de 113 anos que era do Fluminense: sofreu apenas um gol em 14 jogos, média de 0,06. Em 1911, o Flu levou um gol em seis jogos para o título, média de 0,16. A superioridade do Flamengo no Rio é astronômica. Tite deu juízo a um elenco estelar.
Palmeiras
Em São Paulo, o Palmeiras faturou um tricampeonato após 90 anos. Embora superior, o Verdão sofreu muito com o Santos, um time plenamente reconstruído do rebaixamento em 2023 e pronto para voltar à Série A sem sustos. Abel Ferreira emplacou o décimo título pelo Palmeiras em quatro temporadas incompletas. Mas quem brilhou mesmo foi Endrick. Ainda que não tenha feito gol, foi o melhor da partida, sofreu um pênalti e comandou as ações ofensivas do alviverde. O Palmeiras segue colhendo frutos da manutenção de um grande trabalho.
Grêmio
No Sul, o Grêmio encaixou o segundo heptacampeonato de sua história, ao bater o Juventude por 3 a 1 e confirmar seu favoritismo. Destaque para o veterano centroavante Diego Costa, mais um jogador em que o técnico Renato Portaluppi aposta e se dá bem.
A vitória gremista já deu o pontapé inicial para o Gauchão de 2025. O Grêmio tentará um octacampeonato inédito – façanha conquistada pelo rival Internacional entre 1969 e 1976.
Entre outros estaduais, o Athletico confirmou o favoritismo no Paraná, o Sport em Pernambuco, e o Atlético-GO faturou seu primeiro tricampeonato em Goiás.
Que venha o Brasileirão, que começa na semana que vem!