Nos anos 90, era muito comum nos reunirmos vez por outra para um farto churrasco na casa de um amigo.
Tínhamos uma turma do futebol, do time de Master, que após os jogos era sagrado o “grande encontro”, mas, não se resumia apenas ao esporte.
POIS BEM…
A casa dos meus avós, Eurípedes Coêlho e Mundica, muito grande, terraço enorme com um belo cajueiro e uma “latada” que fazia uma sombra maravilhosa, era o palco das nossas “reuniões” que começavam por volta de onze horas e se prolongavam até o final da tarde.
Latada, era uma estrutura de madeira, como se fosse o esqueleto do teto de uma casa coberta por uma espécie de planta trepadeira onde as pessoas ficavam em baixo sentadas em cadeiras de macarrão ou preguiçosa, e em redes para um descanso extremamente agradável durante o dia ou a noite.
Como sempre, organizávamos tudo… carne farta (naquele tempo a picanha era acessível), bebidas variadas impecavelmente geladas, farofa, torresmo, jiló (para o fígado não ser afetado rss), músicas variadas, enfim, tudo cuidadosamente preparado no dia anterior.
As discussões giravam em torno de política, futebol, e as tradicionais piadas e gozações típicas da época.
CAMPARI AMARGO QUE NEM JILÓ
Num dia desses, lá pelas tantas, um amigo já “chumbado” disse que na casa dele tinha dois litros de campari (bebida italiana de cor vermelha e sabor amargo) bastante apreciada naquele tempo, e que segundo, o proprietário, além de ser medicinal, era ideal para fecharmos a farra devido suas propriedades “digestivas”(desculpa de quem gosta de tomar uma), acrescentando que na “bula” do campari o benefício poderia ser verificado.
DITO ISSO…
Perguntou se alguém poderia ir até sua residência e pegar com a esposa.
Imediatamente chamei uma pessoa para cumprir a importante missão.
ENTRETANTO…
Orientei ao portador que apenas desse uma volta ao redor da Praça Derocy Morais, e retornasse dizendo que a mulher teria dito que não enviaria os camparis porque lá não era distribuidora de bebidas, e que ele deveria ter vergonha na cara e voltasse para casa que domingo à tarde não era hora de homem casado tá na rua.
Com a recomendação final que ao chegar com a resposta demonstrasse bastante chateação com a maneira mal educada, desrespeitosa e arrogante que foi tratado pela esposa do nosso amigo.
Assim foi feito!
Nosso talentoso enviado chegou, e para nossa surpresa se revelou um grande ator quando ao transmitir o recado em voz alta imitou um choro afirmando sem nenhum pudor:
“Sua mulher me humilhou como ninguém tinha feito até hoje em minha vida”.
O rosto branco do nosso amigo envermelhou de repente ao se levantar, e rapidamente sair em direção ao seu veículo proferindo palavras de baixo calão, ou “escalão” como outro amigo costuma dizer até hoje.
CONTANDO DE TRÁS PARA FRENTE…
Após o episódio, conto agora o acontecido entre quatro paredes quando ele chegou em casa.
A narrativa foi a mim passada pela própria esposa depois de vários dias do fato.
DIAS INTRIGADOS E CAMAS SEPARADAS
O tal do nosso amigo, abriu a porta de madeira de duas folhas trancadas apenas por uma frágil fechadura, com um pontapé que acordou a mulher que fazia uma merecida e gostosa sesta (sono de curta duração que se dorme geralmente depois da refeição do almoço).
O diálogo em tom alterado foi tenso:
- Como é que eu mando buscar os camparis e você humilha o rapaz que não tem culpa de nada sua ignorante…
- Do que você está falando, tá maluco seu “cú” de cachaça. Eu não sei de nada!
- E ainda tem coragem de mentir; tava era com preguiça de se levantar e atender o rapaz, por isso respondeu daqui de dentro gritando e humilhando ele.
A discussão continuou com palavras impublicáveis, mas, o certo, é que ele trouxe os camparis.
Depois de vários dias intrigados, camas separadas e noites sem amor como diria Lindomar Castilho, é que revelamos a “trama” ao nosso querido amigo até os dias de hoje, fato, que rendeu a ele mil pedidos de desculpas e presentes para que a companheira o aceitasse novamente debaixo dos lençóis macios.
Todos os textos do”PAPO DE SKYNA” serão transformados em um livro a ser lançado futuramente
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