Autoridades brasileiras veem espaço para negociar um “regime especial”, com alíquotas reduzidas para alguns minerais, – sobretudo os chamados minerais críticos – após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar uma tarifa adicional de 50% sobre a importação de produtos brasileiros.
A movimentação ocorre em meio a uma corrida global por minerais raros, insumos essenciais para a produção de baterias, semicondutores e tecnologias de ponta.
Hoje, esse mercado é dominado quase exclusivamente pela China. Reduzir a dependência em relação a Pequim tem sido uma das prioridades da nova gestão Trump.
E quem desponta como principal interessado nos minerais brasileiros, hoje comprados majoritariamente pela China, são justamente os americanos. Atualmente, o mercado chinês responde por cerca de 70% das exportações do setor mineral do Brasil.
Somente em 2025, já ocorreram duas reuniões entre representantes enviados por Trump e autoridades brasileiras para tratar do tema. Na mais recente, no fim de junho, o representante norte-americano foi o encarregado de Negócios da embaixada dos EUA, Gabriel Escobar.
A pauta da reunião foi avaliar possibilidades de cooperação entre Brasil e Estados Unidos na produção de minerais críticos. O encontro foi organizado pelo Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração).
As autoridades brasileiras também avaliam que há margem para incluir no “regime especial” minerais estratégicos como lítio, cobalto e níquel.
Um dos principais argumentos do Brasil na mesa de negociação será justamente a dominância chinesa nesse mercado.
A China detém mais de 80% da capacidade global de produção de células de bateria, além de concentrar mais da metade do processamento mundial de lítio e cobalto.