A diretora-geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), Emmanuelle Soubyrean, afirmou, nesta sexta-feira (6/6), que o reconhecimento do Brasil como livre de febre aftosa sem vacinação é um marco “histórico e importante”. Segundo ela, é uma vitória da comunidade global, que dará ainda mais confiança aos parceiros comerciais.
Emmanuelle disse que o título é fruto de muito planejamento e trabalho dos serviços veterinários oficiais e dos atores públicos e privados envolvidos no tema. “O Brasil hoje está livre da febre aftosa sem vacinação”, disse, no evento em que entregou o certificado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Mostra a capacidade do Brasil de reforçar suas medidas de controle de saúde para controlar o gado, respeitando as regras do mercado internacional”, completou.
Segundo ela, a conquista não se resume ao Brasil. “É uma vitória para a comunidade global, pois aumenta a confiança nos parceiros comerciais, vai facilitar as exportações brasileiras e melhorar a produção de gado no Brasil”, disse. A diretora afirmou ainda que a certificação vai “servir de modelo” a países que queiram ter o mesmo sucesso.
Emmanuelle Soubyrean lembrou da importância de investimentos contínuos em sanidade animal para garantir a manutenção do novo status sanitário. “Vão precisar de mais investimentos e mais esforços, e teremos que estabelecer parcerias público-privadas com o objetivo de melhorar a saúde animal”, destacou.
Regionalização de embargos
A diretora disse ainda que a “regionalização” dos impactos em caso de crises sanitárias é “crucial”. O Brasil defende a discussão sobre limites para possíveis embargos diante de focos de doenças em animais, como aftosa e gripe aviária.
“Precisaremos dela (regionalização) para dar continuidade ao nosso trabalho. E precisaremos ter o olhar voltado ao futuro, melhorar serviços veterinários e combater as doenças”, disse. “A saúde animal é fundamental para a saúde das pessoas do mundo inteiro”, reforçou.
Ela destacou que o processo de reconhecimento começou em 1998, quando Rio Grande do Sul e Santa Catarina obtiveram o certificado de zonas livres da doença com vacinação. Segundo ela, à medida que o Brasil reforçou suas capacidades de controle e vigilância, atingiu a “proeza” de avançar para a retirada da vacina e a obtenção da certificação nacional.