A estreia de Franco Colapinto na Williams, em 2024, trouxe uma legião de fãs argentinos para a F1 – até o GP de São Paulo recebeu um número expressivo de espectadores do país vizinho num período em que ele era o único sul-americano na categoria. Hoje, o Brasil tem Gabriel Bortoleto; mas com o retorno de Colapinto, pela Alpine, as duas nações voltam a ocupar o grid juntas pela primeira vez desde 2001.
A última vez que as duas bandeiras foram representadas na F1, 24 anos atrás, foi na figura do argentino Gastón Mazzacane e dos brasileiros Rubens Barrichello, Luciano Burti, Enrique Bernoldi e Tarso Marques.
Mazzacane disputou apenas os quatro primeiros GPs daquele ano pela equipe Prost; porém, sofreu quebras em três deles. No único que concluiu, chegou em 12º após largar do 19º lugar. O argentino foi demitido pelo gestor, o tetracampeão Alain Prost, por problemas com patrocinadores.
Por coincidência, assim como Colapinto e seu antecessor Jack Doohan, Mazzacane tinha um contrato limitado a poucos GPs: quatro. Para sua vaga, o contratado foi justamente um brasileiro – Luciano Burti, que disputou as quatro primeiras etapas daquele ano com a Jaguar.
Burti havia deixado a Jaguar por desentendimentos com o chefe Bobby Rahal. Ele sofreria, meses mais tarde, um gravíssimo acidente no GP da Bélgica que acabou marcando o fim de sua carreira.
O Brasil chegou a ganhar o reforço de Ricardo Zonta por duas corridas ainda em 2021; ele substituiu Heinz-Harald Frentzen na Jordan. Mas o representante de mais sucesso do país naquele ano foi Barrichello: o piloto da Ferrari foi terceiro colocado no Mundial vencido por Michael Schumacher, nove pontos atrás do vice-campeão David Coulthard. Rubinho conquistou dez pódios em 17 etapas.
Histórico dos países na F1
Respectivamente terceiro e quarto maiores campeões mundiais da F1, Brasil e Argentina lançaram ao mundo do automobilismo nomes até hoje celebrados no esporte como Juan Manuel Fangio e Ayrton Senna.
Mas apesar dos vizinhos sul-americanos serem pioneiros, os brasileiros conquistaram melhores resultados que os hermanos no panorama geral – com três títulos a mais e três vezes mais vitórias, por exemplo.
Desde 1950, a Argentina já foi representada na F1 por 29 pilotos. O país foi o segundo a vencer um campeonato mundial na história, em 1951, com Juan Manuel Fangio – dono de todos os cinco títulos colecionados pela nação na categoria.
Pioneiro no grid a partir da temporada inaugural da categoria exatos 75 anos atrás, o ex-piloto conquistou sozinho 24 triunfos dos 38 da Argentina; além dele, também subiram ao topo do pódio sob a bandeira celeste José-Froilan González, e Carlos Reutemann.
Títulos: 5 (Juan Manuel Fangio)
Vitorias: 38
Pódios: 98
Poles: 38
Pontos: 702,4.
O Brasil, por sua vez, já pôs 34 pilotos no grid da F1 nos últimos 75 anos; o primeiro foi Chico Landi em 1951. Destes, três foram campeões mundiais: Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna. A última conquista do país foi em 1991, ano do tricampeonato de Ayrton.
Além dos três campeões mundiais, donos de dezenas de triunfos a favor do Brasil na F1, José Carlos Pace, Rubens Barrichello e Felipe Massa também conquistaram algumas das 101 vitórias do país na categoria.
Títulos: 8 (Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet, Ayrton Senna)
Vitórias: 101
Pódios: 293
Poles: 126
Pontos: 3.421.
Vale ressaltar, porém, que Colapinto e Bortoleto enfrentarão dificuldades ao longo de 2025. O primeiro estará na Alpine, time vice-lanterna do campeonato de construtores e que conquistou só sete pontos após seis etapas. O segundo corre pela Sauber, última colocada no Mundial com seis pontos – todos por Nico Hulkenberg. Em Miami, Gabriel chegou a abandonar a corrida com uma quebra.