Alvo de desconfiança por parte da base bolsonarista, o presidente do Republicanos, deputado federal Marcos Pereira (SP), não desistiu de ter o apoio do PL para comandar a Câmara.
Para isso, está tratando de seguir à risca o conselho que ouviu do próprio ex-presidente Jair Bolsonaro (PL): viabilizar-se como o candidato do atual presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).
A dica foi dada em uma conversa no início de março, quando Marcos Pereira, atual primeiro vice-presidente da Câmara, procurou Bolsonaro na tentativa de vencer a resistência a seu nome.
Bolsonaro disse a Pereira que apoiaria o “candidato de Lira”. E portanto, se o deputado conseguisse essa chancela, não haveria impedimento para o PL apoiá-lo.
Dias antes, como mostrou a CNN, Bolsonaro estava disposto a engajar a bancada contra a candidatura de presidente do Republicanos.
A reclamação na cúpula do partido é de que Marcos Pereira não estaria cumprindo acordos com a oposição em votações na Casa.
Outro episódio que distanciou o PL de Pereira envolve a eleição no Senado, com o entendimento de que o Republicanos não se engajou totalmente para eleger Rogério Marinho (PL-RN) em 2023.
Em maio, Marcos Pereira voltou a irritar bolsonaristas ao defender, em um evento em Nova York, a regulação das redes sociais e o uso da inteligência artificual. Os temas tramitam no Congresso e têm amplo apoio do governo Lula.
Depois disso, o presidente do Republicanos chegou a conversar com um importante interlocutor de Bolsonaro no Congresso para saber a repercussão de suas falas e voltou a ouvir que não há veto a seu nome, mas que PL e Bolsonaro decidirão o apoio pelas “pautas”.
A bancada de 95 deputados do PL tem feito os postulantes se mexerem de forma independente em busca de apoio. Os quatro candidatos — além de Marcos Pereira, Elmar Nascimento, Isnaldo Bulhões e Antônio Brito — já estiveram em encontros reservados com Bolsonaro ou com o presidente do partido, Valdemar Costa Neto (PL).
Sob reserva, deputados avaliam que a sigla deve enterrar de vez a ideia de lançar um candidato próprio para “marcar posição” e negociar apoio em segundo turno.
A contrapartida seria um lugar de destaque na composição da mesa diretora, como por exemplo, a cadeira da primeira vice-presidência.
O presidente da Câmara, Arthur Lira, deve definir o candidato para a sua sucessão até agosto — antes das eleições municipais e depois da votação da regulamentação da reforma tributária.
Ele pretende levar a Lula uma lista de opções e submete-los ao veto do presidente da República.
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