Belém – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu a plenária da Cúpula do Clima nesta sexta-feira (7/11), último dia do evento que reúne líderes de todo o mundo para estabelecer a base de negociação para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30). O petista defendeu uso de lucros do petróleo contra crise climática.
“Direcionar parte dos lucros da exploração do petróleo permanece um caminho válido para os países em desenvolvimento”, afirmou o presidente Lula. Ele chegou à Cúpula do Clima sob críticas por causa da recente autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para prospecção da matéria-prima do combustível fóssil na Foz do Amazonas, pela Petrobras.
Lula seguiu: “O Brasil estabelecerá um fundo desta natureza para enfrentamento da mudança do clima e promover a justiça climática”, completou Lula. O presidente se demonstrou favorável aos estudos sobre o petróleo na Foz do Amazonas, mas com cautela. Durante a Cúpula do Clima, houve manifestação pedindo que o petista “lidere um futuro sem combustíveis fósseis”.
A ala do governo que defende a exploração lembra que ainda não há capacidade para uso exclusivo de combustível verde no mundo, e que o petróleo seguirá sendo uma necessidade pelas próximas décadas, mesmo que em proporções cada vez menores. Nesse sentido, Lula defendeu a transição dos combustíveis fósseis para modelos sustentáveis.
“Um processo justo, ordenado e equitativo de afastamento dos combustíveis fósseis demanda o acesso a tecnologias e financiamento para os países do Sul Global. Há espaço para explorar mecanismos inovadores de troca de dívida por financiamento de iniciativas de mitigação climática e transição energética”, disse Lula na plenária da Cúpula do Clima.
Uma das preocupações do petista é impedir que o discurso ambientalista não impeça o desenvolvimento dos países mais pobres. “Nesse sentido, ele defendeu uma transição “sem equacionar a injustiça de dívidas externas impagáveis e sem abandonar condicionalidades que discriminam os países em desenvolvimento, andaremos em círculos”, argumentou Lula.
Cúpula do clima e financiamento
A Cúpula do Clima reúne líderes de mais de 100 nações e estabelece a base de negociação para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, que começa na segunda-feira (10/11). O Brasil lançou oficialmente o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) durante o evento, como aposta de legado para a COP30.
O mecanismo prevê recompensa financeira aos países em desenvolvimento que conservem esse tipo de bioma, importante para a mitigação das mudanças climáticas.







