A Belagrícola, distribuidora de insumos controlada pelo grupo chinês Pengdu, suspendeu pagamentos a credores e a fixação de grãos com produtores. A empresa opera sob Tutela Cautelar da Justiça de Londrina (PR).
A decisão dá o prazo de 60 dias para a companhia reestruturar o caixa e retomar as operações. A Belagrícola tem 52 revendas de insumos e unidades de recebimento de grãos, além da Bela Sementes, que produz sementes de soja. A suspensão das atividades também atinge a DKBR Agro, que atua como importadora de fertilizantes da China. Segundo o portal Agfeed, que deu a notícia mais cedo, não estão envolvidos na tutela as operações da Fiagril.
“Neste período de até 60 dias, as filiais seguem operando normalmente com distribuição de produtos e novas vendas, apenas a fixação de grãos ficará suspensa”, disse a Belagrícola, em nota.
A empresa alega que o aumento da inadimplência levou a companhia à necessidade de recompor caixa. Segundo uma fonte ouvida pelo Agfeed, o impacto negativo nas contas a receber da empresa chegou a R$ 1 bilhão, informação que não foi confirmada pela Belagrícola. Parte desse valor, estaria sendo renegociada em processos de recuperação judicial dos clientes da empresa.
Também segundo a reportagem do portal, a decisão da Belagrícola não afetou as negociações com a Bunge em torno de uma participação minoritária no capital da revenda. A trading está negociando ações pertencentes à família Colofatti, que fundou a Belagrícola em 1985.
“Ressaltamos que esta, e qualquer outra medida que venhamos a tomar, será sempre pautada pelos melhores interesses de seus clientes, colaboradores e fornecedores, minimizando ao máximo os impactos desse necessário processo de reorganização. Seu foco é o compromisso que a move nestes 40 anos: preservar a confiança e o atendimento de seus clientes, a força e o comprometimento da sua equipe e a perenidade e solidez da marca”, divulgou a empresa.