A professora de Psicologia da USP, Leila Tardivo, abordou em entrevista à CNN a polêmica envolvendo os bebês reborn, bonecas hiper-realistas que têm ganhado popularidade.
Tardivo enfatizou a importância de diferenciar o ato de colecionar do comportamento compulsivo.
Segundo a especialista, o uso de bonecas, incluindo as reborn, pode ter aplicações terapêuticas positivas.
“Eu vi um trabalho em grupos com idosas que usavam [as bonecas] como mediador na conversa”, relatou Tardivo, destacando o potencial benéfico em casos específicos, como idosos com doenças degenerativas.
O poder simbólico das bonecas
A psicóloga ressaltou o significado simbólico das bonecas e a importância da brincadeira em todas as idades.
“A boneca é mágica, tem um significado muito simbólico e a brincadeira é fundamental”, afirmou, questionando críticas infundadas: “Por que a gente não pode brincar sendo idoso, sendo adulto?”
Alerta contra ataques nas redes sociais
A professora expressou preocupação com a forma como as pessoas têm usado as redes sociais para criticar e atacar sem compreender os contextos individuais.
“O que me preocupa um pouco são as pessoas criticando, atacando, sem conhecer como as pessoas estão usando”, alertou.
Tardivo fez um apelo à compreensão e sensibilidade, lembrando que a compulsão pode indicar problemas pessoais, mas isso não deve ser generalizado para todos os que apreciam ou colecionam bebês reborn.
“Uma coisa é colecionar, outra coisa é ser compulsivo, mas isso vale para qualquer coisa”, concluiu a especialista.