Quatro dias separam o anúncio da rescisão de contrato de Dudu com o Cruzeiro e a oficialização da contratação dele pelo Atlético-MG. O atacante trocou de camisa entre os dois grandes rivais de Belo Horizonte. O ge O ge apurou bastidores da ida de Dudu ao Galo, do que aconteceu nas 96 horas entre a saída da Toca e a chegada à Cidade do Galo e como foram as conversas da rápida negociação entre as partes.
O técnico Cuca teve papel fundamental na articulação entre clube e jogador. Por ter trabalhado no Palmeiras com Dudu e ter boa relação com o atacante até hoje, o treinador foi quem sondou a situação do atleta antes de qualquer possibilidade. Sabendo da relação estremecida no rival Cruzeiro, o treinador avançou para saber da possibilidade de uma transferência para o Galo.
Na quinta-feira, 1º de maio, o empresário do atacante, André Cury, esteve em Belo Horizonte para tratar da rescisão do jogador com Alexandre Mattos, CEO do Cruzeiro. Na mesma data, Cury teve um encontro com Paulo Bracks, executivo de futebol do Atlético, e nome à frente das tratativas.
Dudu foi um dos temas tratados entre o executivo do Galo e o empresário. Uma conversa informal também aconteceu dois dias antes do encontro.
Na sexta-feira à tarde, 2 de maio, o Cruzeiro oficializou a rescisão com o atacante. A partir daí, as conversas se intensificaram com participação da cúpula alvinegra responsável pelo futebol.
O ge apurou que, ao saber da negociação do Atlético e o atacante Dudu, um membro do departamento de futebol do Cruzeiro chegou a oferecer o atacante para dois outros clubes, tentando fazer com que a negociação com o Galo não fosse concretizada.
Como foram as negociações?
O principal ponto de divergência foi o tempo de contrato, mas o detalhe foi ajustado. O Galo queria um contrato atrelado a metas até 2026, podendo ser estendido até o fim de 2027. O jogador venceu essa e conseguiu o contrato até o fim de 2027.
Dudu fazia questão do contrato longo, mas aceitou também diminuir o salário para fechar com o Atlético. O ge apurou que o valor pago de salário na carteira de trabalho + luvas e imagem será pouco mais de 50% do que ele ganhava no Cruzeiro. No rival, os vencimentos do atacante giravam em torno de R$ 2 milhões.
O desejo do jogador em acertar com o Atlético foi grande. Sentiu-se motivado e com “novos ares” e com a presença de muitos colegas ex-Palmeiras (Caio, Gustavo Scarpa, Gabriel Menino, Rony) conhecidos, o que pode facilitar ainda mais a adaptação.
Unanimidade, aceitação e repercussão
O ge conversou com membros do Conselho de Administração ao longo dos últimos dias. O nome de Dudu não foi unanimidade. “Contratação de alto risco”, disse uma fonte à reportagem. Apesar disso, a falta de consenso não afetou o acerto.
A negociação não foi tratada a sete chaves no Galo. Na viagem do Atlético, para o duelo com o Juventude, Paulo Bracks concedeu entrevista falando sobre a negociação, o que não é de praxe no Atlético. No domingo, ele confirmou que a negociação estava encaminhada.
A repercussão, após o anúncio, também foi considerada positiva no Atlético-MG. Internamente, a aceitação foi descrita ao ge como “melhor do que imaginava”. “Time e comissão gostaram muito”.
Dudu só vai poder jogar pelo Atlético em junho após a abertura da janela de transferências. Mas, ele é esperado na Cidade do Galo para ser apresentado na próxima semana. Nos próximos dias, o jogador vai ficar fora do Brasil em uma viagem com a família a Europa.