As aulas foram suspensas em dezenas de escolas na Zona Oeste do Rio nesta sexta-feira (5) após uma operação policial que terminou com sete mortos em Senador Camará. Segundo a SME (Secretaria Municipal de Educação), 28 unidades do bairro e outras nove na Vila Aliança não abriram as portas por questões de segurança.
A rede estadual também confirmou o fechamento de um colégio da região.
Durante o confronto entre criminosos e policiais, uma imagem de crianças do ensino fundamental abrigadas no corredor de uma escola ganhou destaque. Professores e funcionários relataram a tensão vivida enquanto os disparos se intensificavam do lado de fora.
O cenário repete um padrão que vem se intensificando nos últimos anos, conforme mostra um levantamento parcial da prefeitura, solicitado pela CNN. Os dados apontam que, entre fevereiro e julho de 2025, 415 escolas municipais foram impactadas ao menos uma vez por confrontos armados ou operações policiais.
Em todo o ano de 2024, esse número foi de 471. Diante do desafio, a pasta tem buscado alternativas para enfrentar a situação.
“A secretaria implementa esforços contínuos para garantir a segurança de alunos e de toda a comunidade escolar com o programa Acesso Mais Seguro, uma parceria com a Cruz Vermelha Internacional. A iniciativa, considerada referência internacional, orienta os profissionais sobre como proceder diante de situações de confrontos e protocolos para minimizar o impacto da violência”, destacou o secretário Renan Ferreirinha.
Uma pesquisa do Instituto Fogo Cruzado, revelou que ao menos 674 tiroteios ocorreram durante ações ou operações policiais na região Metropolitana do Rio nesta ano, resultando em 220 mortos e 330 feridos. O total representa um aumento de 5% em relação ao mesmo período de 2024.
De acordo com a Polícia Civil e o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), a operação foi deflagrada ontem (4), em caráter emergencial, após informações de inteligência indicarem a presença de duas lideranças do Terceiro Comando Puro (TCP) no local: Bruno da Silva Loureiro, o Coronel, apontado como responsável pela morte da jovem Sther Barroso, de 22 anos, em um baile funk, e José Rodrigues Gonçalves Silva, conhecido como Sabão, ligado à comunidade da Vila Aliança.
Durante a incursão, dois homens foram presos ao tentar sequestrar um ônibus, e seis suspeitos morreram em confronto. Foram apreendidos quatro fuzis e diversas pistolas.