A licença parlamentar da deputada Carla Zambelli (PL-SP) termina nesta quinta-feira (2/10). O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), havia concedido 120 dias de afastamento à parlamentar, a partir de 5 de junho, por “interesse particular”.
Agora, a Câmara começará a contabilizar as faltas de Zambelli, que está presa na Itália, condenada a 10 anos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por invasão de sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e falsidade ideológica.
A Corte também condenou a deputada a 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal.
Da condenação à fuga
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- Em 15 de maio, a Primeira Turma do STF condenou Zambelli por unanimidade a 10 anos e 8 meses de prisão por envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
- Em entrevista coletiva convocada por Zambelli após ser condenada, ela citou problemas de saúde e disse que não sobreviveria à cadeia. “Eu estou pegando vários relatórios dos meus médicos e eles são unânimes em dizer que eu não sobreviveria à cadeia”, afirmou.
- Em 23 de maio, a defesa de Zambelli recorreu da decisão que a condenou e apresentou embargos declaratórios.
- Em 25 de maio, a parlamentar deixou o Brasil por via terrestre pela fronteira com a Argentina, na região de Foz do Iguaçu (PR).
- Em 3 de junho, já fora do Brasil, Zambelli confirmou a saída em entrevista ao canal Auriverde, no YouTube.
- Ela declarou que o motivo inicial da viagem foi a busca por um tratamento médico que já vinha realizando, embora não tenha especificado o local ou a natureza do tratamento.
- Em 29 de julho, Zambelli foi presa na Itália.
A parlamentar é acusada de perseguir, armada, o jornalista Luan Araújo, apoiador do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em outubro de 2022, durante o segundo turno das eleições, nas ruas do bairro Jardins, em São Paulo.
A parlamentar passa por processo de extradição a pedido do Estado brasileiro.
Segundo o regimento da Câmara, deputados que deixarem de comparecer a mais de um terço das sessões anuais sem justificativa podem perder o mandato. A norma também coloca em risco o mandato de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos desde março.
Zambelli na CCJ
Em 24 de setembro, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara ouviu a deputada por videoconferência durante a análise do processo que pode resultar na cassação de seu mandato.
Diante do colegiado, Zambelli negou as acusações que levaram à sua condenação e afirmou ter desmaiado oito vezes enquanto esteve presa.
“Se você me ver aqui, eu estou parecendo uma velha. Eu ando devagar, não consigo me levantar tão fácil. Eu tenho muita dor de cabeça, minha fibromialgia está muito alta. E também acho que um pouco por causa da decepção toda, dessa coisa da perseguição”, alegou Zambelli.