Depois de semanas de estiagem, a previsão do tempo indica mudança nos mapas que podem beneficiar as lavouras de verão, especialmente as de soja. Modelos climáticos analisados pela EarthDaily apontam recuperação da umidade do solo na próxima semana em regiões-chave da safra de verão, como Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo e o sul do Paraná, que devem receber volumes mais significativos de chuva nos próximos dias.
De acordo com as análises de mapas de clima feitos pela empresa, as chuvas devem se concentrar em parte de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e São Paulo, além de volumes acima da média no Sul. Para o Mato Grosso do Sul, no entanto, os modelos de clima americano e europeu indicam precipitação limitada.
A empresa acrescenta que as temperaturas tendem a se manter próximas ou ligeiramente abaixo da média na maioria das regiões produtoras, o que pode contribuir para a redução da perda de umidade, criando condições mais estáveis para o desenvolvimento das lavouras.
“Entre os dias 8 e 15 de outubro, a tendência de aumento da umidade do solo indica um sinal positivo para o início da safra de verão, marcando a transição gradual de um cenário de seca para condições mais equilibradas de umidade, especialmente nas áreas centrais do país”, disse, em nota, Felippe Reis, analista de safra da EarthDaily.
A empresa destacou ainda que nos últimos dez dias, a precipitação acumulada ficou abaixo da média na maior parte do Brasil, com exceção de algumas áreas do Sul e do Nordeste. No Sul, os volumes de chuva foram mais significativos, mantendo a situação hídrica satisfatória e favorecendo o desenvolvimento das lavouras de verão.
Em contrapartida, o calor intenso nas regiões Centro-Oeste e Sudeste resultou em aumento da evapotranspiração, intensificando a seca e reduzindo a umidade do solo.
Apesar disso, em Mato Grosso, principal Estado produtor de soja, as condições ainda não são motivo de preocupação, segundo a EarthDaily. Os níveis de umidade permanecem abaixo da média, mas semelhantes aos observados no ciclo anterior, quando a safra teve bom desempenho produtivo.
Segundo dados mais recentes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o momento, Mato Grosso semeou 15,6% da safra 2025/26 de soja. Um ano atrás, o percentual era de 3,7%.
Em Goiás, a EarthDaily disse que o modelo europeu de clima também indica elevação da umidade no curto prazo, embora os níveis continuem entre os mais baixos dos últimos dez anos, o que deve manter o ritmo de semeadura lento. O cultivo de soja no Estado alcançou 1% da área, mesmo índice registrado nessa época do ano passado.
Já em Mato Grosso do Sul, a expectativa é de melhora mais consistente do clima nas próximas semanas, favorecendo o início do ciclo das lavouras de verão. No caso da soja, o plantio chegou a 5%, um atraso em relação aos 10% cultivados um ano atrás.
Por fim, no Paraná, a empresa diz que o clima apresenta dois cenários distintos. O norte do Estado segue com índices muito baixos de precipitação – os menores dos últimos cinco anos – enquanto o sul paranaense tem condições mais equilibradas, com umidade satisfatória que deve se manter no curto prazo.
Os produtores paranaenses semearam 26% da área de soja para este ciclo. Os trabalhos estão à frente dos 22% plantados um ano atrás.