Após ficar de fora da lista de produtos que seriam afetados pelo tarifaço do presidente americano Donald Trump, o preço do suco de laranja despencou na bolsa de Nova York, e registrou a terceira baixa consecutiva. Os lotes com entrega para novembro, os mais negociados, caíram 9,20% (2500 pontos) na sessão desta quinta-feira (31/7), a US$ 2,4670 a libra-peso.
O suco de laranja do Brasil, maior exportador mundial, ficou isento das tarifas de 50% impostas pelo presidente dos EUA. Ainda que o produto tenha que pagar tarifas de 10% para acessar o mercado americano, o fluxo dos embarques não será fortemente prejudicado como se imaginava antes.
Para Andrés Padilla, analista sênior do Rabobank Brasil, após a preocupação com as tarifas se dissipar, o mercado do suco de laranja volta suas atenções novamente para o andamento da safra brasileira, cuja expectativa é de um aumento de 36% na colheita para o ciclo 2025/26.
Ibiapaba Netto, diretor-presidente da CitrusBR, entidade que reúne as principais indústrias de suco de laranja do país, afirmou que o alívio pela isenção de 50% nas tarifas vem junto com uma responsabilidade. “O setor entende que tem compromisso de continuar atendendo o mercado americano como faz há 60 anos”, afirmou.
O Brasil é o principal fornecedor de suco de laranja aos EUA, com 70% de tudo que eles importam, principalmente depois que a produção da Flórida foi dizimada pelo greening – doença bacteriana sem cura.
Açúcar
O aumento na oferta de açúcar do Centro-Sul do Brasil pressionou os contratos futuros do produto na bolsa. Os lotes para outubro fecharam em queda de 0,61% (10 pontos), para 16,35 centavos de dólar a libra-peso.
Segundo informações da União das Indústrias de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), a produção de açúcar nas usinas do Centro-Sul cresceu 15,07% na primeira quinzena de julho, para 3,406 milhões de toneladas. Segundo a entidade, o aumento se deu devido a um mix mais açucareiro, de 53,68% na quinzena, acima dos 49,89% registrados um ano antes.
Algodão
O algodão também registrou baixa na sessão. Os lotes para dezembro fecharam em queda de 0,37% (25 pontos), a 67,25 centavos de dólar a libra-peso.
Cacau
O preço do cacau retomou a jornada de “sobe e desce” na bolsa de Nova York, enquanto os fundamentos de mercado não indicam qual será a tendência para as cotações. Na sessão de hoje, os contratos com vencimento em dezembro subiram 3,31% (248 pontos), para US$ 7.741 a tonelada.
Sem novidades nos quesitos de oferta e demanda, análise do site Mercado do Cacau ressalta que, diante da intensificação das disputas tarifárias e o impacto ainda incerto sobre os fluxos globais de commodities, os preços da amêndoa devem continuar sob forte influência geopolítica e cambial nas próximas semanas.
Café
Já o preço do café subiu no mercado internacional um dia após o presidente americano Donald Trump confirmar as tarifas de 50% sobre as exportações de produtos do Brasil. Os contratos do arábica para setembro avançaram 0,82% (240 pontos), para um valor de US$ 2,9580 a libra-peso.
Entre os analistas de mercado, havia a expectativa de que o café poderia ficar isento das sobretaxas de Trump. Dada a importância do café brasileiro para os americanos, os especialistas acreditam que o grão ainda pode ser beneficiado por uma redução ou isenção das tarifas.