Apesar de as secas terem atrasado o início do ano agrícola, os produtores aceleraram a plantação das lavouras, o que acena para um cenário positivo com aumento da produção em 2025. A avaliação foi feita pelo gerente do Levantamento do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Carlos Barradas.
O instituto divulgou nesta quinta-feira (12/12) o segundo prognóstico para a safra de 2025, com estimativa de aumento de 7% da produção em relação a este ano, para 314,8 milhões de toneladas, ou aumento de 20,5 milhões de toneladas. Na comparação com o primeiro prognóstico, houve expansão de 1,2% do volume estimado, ou 3,9 milhões de toneladas.
O movimento reflete uma recuperação das perdas de 2024, segundo Barradas: “Embora o ano agrícola de 2025 esteja atrasado pela da demora das chuvas nas unidades da federação produtoras de grãos, com a chegada da umidade, os produtores se mobilizaram e plantaram rapidamente estas lavouras e, agora, elas estão relativamente bem, o que aumenta a expectativa do aumento da safra para 2025”.
O aumento de 7% esperado da produção em 2025 é puxado principalmente por altas, em relação a 2024, nas estimativas de soja (12,9% ou 18,6 milhões de toneladas); para o milho 1ª safra (9,3% ou 2,1 milhões de toneladas); arroz (6,5% ou 686,9 mil toneladas); feijão 1ª safra (29% ou 262,2 mil toneladas).
Para 2025, a área total estimada para cultivo de cereais, leguminosas e oleaginosas é de 79,8 milhões de hectares, crescimento de 0,8% em relação a 2024. Culturas como arroz em casca (5,2%), feijão 1ª safra (7,1%), algodão herbáceo em caroço (1,0%), milho 2ª safra (0,9%) e soja (1,4%) estão entre os destaques para 2025. Por outro lado, espera-se recuo para milho 1ª safra (-1,9%), sorgo (-4,7%) e trigo (-3,9%).
De acordo com o IBGE, o Mato Grosso – líder na produção de grãos no país, com 31,2% de participação – deve registrar aumento de 1,9% no volume produzido. Outros destaques são Paraná (11%), Rio Grande do Sul (12,4%) e Mato Grosso do Sul (24,1%), além de Minas Gerais (6,1%), Goiás (5,0%), Bahia (6,7%), São Paulo (16,3%), Tocantins (0,3%) e Santa Catarina (4,6%), por exemplo. Na outra ponta, há expectativa de recuo na produção em Maranhão (-0,2%), Sergipe (-1,7%) e Pará (-7,7%).
Sobre 2024, o IBGE aumentou em 0,2% sua estimativa de colheita, em 545,5 mil, para 294,3 milhões de toneladas. O volume é 6,7% menor que o de 2023, ou 21,1 milhões de toneladas a menos. Barradas atribuiu a queda a problemas climáticos, sejam eles seca ou chuvas intensas.
“Problemas climáticos ocorreram na maioria das unidades da federação produtoras, principalmente nas regiões Centro-Oeste e Sul. Nestas regiões, houve falta de chuvas e temperaturas elevadas nas duas safras. No estado do Rio Grande do Sul, ainda ocorreu um grande volume de chuvas nos meses de abril e maio deste ano”, afirma.