Nesta quarta-feira, 31, a Área de Proteção Ambiental (APA) do Jalapão completa 24 anos, sob gestão do Governo do Tocantins, por meio do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins). Criada em 2000 pela Lei nº 1.172, a APA do Jalapão abrange mais de 400 mil hectares pelos municípios de Mateiros, Novo Acordo e Ponte Alta do Tocantins.
Localização
Como uma zona de amortecimento para o Parque Estadual do Jalapão (PEJ), a APA promove conectividade ao sul com a Estação Ecológica da Serra Geral do Tocantins e a oeste com o Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba.
A partir desta localização estratégica, a APA do Jalapão integra o corredor ecológico Jalapão/Mangabeiras, habitat para espécies como o lobo-guará e o pato-mergulhão.
Pato-mergulhão
Desde 2007, o Naturatins desenvolve ação específica para a conservação do pato-mergulhão. E, a partir de 2008, possui representação no Grupo de Assessoramento Técnico (GAT) do Plano de Ação Nacional (PAN) do Pato-Mergulhão. Recentemente, durante uma das atividades de monitoramento do período reprodutivo do pato-mergulhão, o Naturatins conseguiu capturar imagens inéditas do nascimento de oito filhotes da espécie.
O inspetor de Recursos Naturais do órgão ambiental, Marcelo Barbosa, foi o responsável pelo registro. Segundo o biólogo, essa é a primeira vez que um evento desse tipo é documentado na região do Jalapão.
Eixos de atuação e avanços
Rejane Nunes, supervisora da Unidade de Conservação (UC), destaca que a APA trabalha com três eixos principais: o Manejo Integrado do Fogo (MIF), o turismo de base comunitária e o extrativismo sustentável.
“A APA foi criada com o objetivo de ordenar o território, disciplinar o uso do solo, proteger os recursos hídricos. Ao longo do período em que estou a frente da supervisão, trabalhamos principalmente o manejo do fogo comunitário, o extrativismo sustentável por meio da Rede Jalapão e o turismo de base comunitária. A APA, enquanto instrumento de gestão, tem o objetivo de conservação do Cerrado com o modo de vida das comunidades, melhor na qualidade de vida e na segurança alimentar”, ponderou Rejane Nunes.
A gestão efetiva da Unidade de Conservação (UC), como destaca a supervisora, começou em 2015, com a implementação do Manejo Integrado do Fogo de Base Comunitária (MIFBC) como uma das principais estratégias para gerir o território. O objetivo é conciliar a conservação da natureza com os modos de vida tradicionais das comunidades, melhorar a qualidade de vida e a segurança alimentar dos moradores.
Natureza para todas as pessoas
Tornar os atrativos naturais da região acessíveis para todas as pessoas é uma das premissas da gestão. Ações como as visitas da comunidade local, especialmente idosos, aos atrativos naturais da UC reforçam esse princípio.
Exemplo disto é Albeniza Pereira Alves, de 65 anos, que nascida e criada na região, visitou, neste mês de julho, a Cachoeira da Velha e a prainha do Rio Novo, onde aproveitou para se refrescar com um banho de rio. “Sou muito feliz de ter nascido e criado aqui, nesta região, junto com toda a minha família, tenho um filho, oito netos, sete bisnetos e cuido de meu pai. Achei bonito demais, tenho Rejane como minha amiga, que sempre me trata com muito carinho e me trouxe para conhecer estes lugares que ainda não conhecia”, contou Dona Albeniza.
Estrutura e pessoal
Desde o ano passado, a APA do Jalapão recebeu uma equipe de brigadistas, fundamental para a continuidade na execução do plano de manejo da área, focado na gestão participativa.
Além disso, a APA conquistou equipamentos essenciais para a prevenção e combate a incêndios florestais, celebrou acordos de cooperação e apoio de instituições parceiras.
Meio ambiente e comunidades
A APA do Jalapão é vital para a qualidade de vida e o bem-estar das populações locais, além de ser crucial para a proteção da diversidade biológica. A área ordena o processo de ocupação humana e assegura a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.
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