Este ano deve ser de continuidade dos investimentos da pecuária brasileira, mas os crescimentos das ofertas de animais para abate e da carne e também da demanda devem ser menores que os registrados em 2024, afirma o Centro de Estudos em Economia Aplicada (Cepea), em análise.
As projeções para a economia brasileira sinalizam que o poder de compra do consumidor estará mais apertado que em 2024 e, no front externo, a taxa de avanço do volume exportado também pode ser menor, mesmo com a potencial abertura de novos mercados.
O Cepea também afirma que nestes primeiros meses do ano, a disparada do dólar deve influenciar os custos de produção. Com isso, a população tende a ter orçamento apertado e a optar por carnes mais baratas.
Exportações
No cenário internacional, os chineses continuarão comprando muita carne do Brasil. Depois da China, os Estados Unidos, Emirados Árabes e Chile são os demandantes mais importantes da carne bovina brasileira. “É possível que as compras americanas ainda se mantenham elevadas, tendo em vista que a recuperação do rebanho interno ainda está em curso. Para o Oriente Médio, a perspectiva é que a taxa de crescimento aumente e, para o Chile, também pode haver expansão.”
Enquanto isso, nas propriedades pecuárias, a produção deve seguir firme, mas possivelmente avançando menos que em 2024. Dados do IBGE até setembro mostravam aumento de 19% do número de animais abatidos, lembra o Cepea.
Suínos
Em relação aos suínos, o centro diz que as perspectivas são positivas. Tudo indica que as demandas mundial e brasileira pela carne devem seguir aquecidas. Do lado oferta, estimativas preliminares do Cepea apontam aumento na produção do setor.
Mas o setor suinícola nacional deve continuar apostando no mercado externo, visando reforçar e/ou melhorar sua posição no ranking dos maiores players internacionais. “O excelente desempenho das exportações nos últimos anos está atrelado aos esforços em aumentar a capilaridade no mercado global, em meio à redução gradual (iniciada em meados de 2022) das importações por parte da China. Assim, mesmo diante das reduções nos envios ao país asiático, os embarques a outros parceiros comerciais devem garantir mais um ano de bom desempenho das exportações”, diz texto da entidade.
Estudos do Cepea apontam que, em 2025, as vendas externas de carne suína podem crescer até 6,6% em relação ao volume de 2024, alcançando 1,22 milhão de toneladas.
No mercado interno, a demanda por carne suína deve permanecer firme em 2025, sobretudo considerando que os preços da carne bovina estão elevados.