Alexandre de Moraes decretou, nesta segunda-feira (4), a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, impondo as restrições mais severas já aplicadas em todos os processos que tramitam contra ele no Supremo Tribunal Federal. A decisão estabelece uma série de limitações que antecipam possíveis penalidades que só seriam aplicáveis após uma eventual condenação.
Entre as medidas impostas, Bolsonaro está proibido de utilizar telefone celular, mesmo para comunicações básicas, e não pode receber visitas sem autorização prévia do STF, com exceção de seus advogados. A determinação também veta sua participação em manifestações e saídas de sua residência em qualquer dia da semana.
As novas restrições criam obstáculos significativos para a atuação política de Bolsonaro. Além de não poder utilizar redes sociais ou se manifestar sobre projetos em tramitação no Congresso Nacional, ele fica impossibilitado de articular pessoalmente com aliados e de frequentar a sede do Partido Liberal.
Um dos pontos mais críticos da decisão é o impacto na possível transferência de capital político para um eventual sucessor visando as eleições de 2026. A impossibilidade de usar redes sociais e de fazer indicações diretas de candidatos compromete significativamente a capacidade de Bolsonaro de influenciar o cenário político futuro.
O timing para a escolha de um sucessor torna-se ainda mais complexo com as restrições impostas. A decisão muito antecipada poderia expor prematuramente o candidato, enquanto uma escolha tardia poderia resultar em tempo insuficiente para construção de uma candidatura viável nacionalmente.