Novamente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) promete falar mais com jornalistas e mostrar os feitos do governo. Novamente, Lula e auxiliares chegam à conclusão óbvia de que o presidente é o principal porta-voz de seu governo — e articulador.
Nos últimos anos, o governo ficou refém de pautas reais impostas por fatores externos; e outras ampliadas pela oposição. Em menos circunstâncias do que gostaria, foi quem realmente pautou os assuntos do dia.
Eleições e guerras, por exemplo, são temas que não dependem do governo para acontecer. A polêmica do pix ou o fim da jornada 6 por 1 são assuntos que também não foram colocados na pauta pelo governo, mas por opositores ou governistas mais distantes do centro decisório.
Lula não encontrou sua maneira de fazer o próprio “cercadinho”, como ficou conhecido o púlpito improvisado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), usado para reunir somente apoiadores e dar declarações diárias em frente ao Palácio da Alvorada.
Lula nunca terá um cercadinho que privilegie apenas convertidos; mas também parece ter se dado conta de que, se não falar mais, nem mesmo os seus apoiadores irão querer ouvi-lo.
As últimas pesquisas de opinião pública mostraram queda na aprovação do governo entre grupos que integram sua base eleitoral: mulheres, nordestinos e pessoas de baixa renda.
A avaliação de uma importante liderança de governo é de que Lula reafirma querer a reeleição em 2026 quando se propõe a dar mais entrevistas periódicas, falar sem limite de tempo com a opinião pública ao se expor a perguntas de jornalistas e demonstrar ansiedade para voltar a viajar pelo país.
Seja em Brasília ou em outro destino, o presidente diz que vai falar mais pelo seu governo.