A ausência de um plano de contingência do governo brasileiro para lidar com a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos nacionais tem causado forte impacto no setor produtivo. Empresas já começam a suspender investimentos e realizar cortes de empregos devido às incertezas sobre possíveis medidas de auxílio.
O setor calçadista, um dos mais afetados pela medida, já anunciou a suspensão de planos de expansão e investimentos. A indefinição sobre contrapartidas governamentais tem levado empresários a reverem suas projeções de crescimento, especialmente durante o período de divulgação da temporada de balanços.
A situação tem gerado preocupação entre investidores, que aguardam esclarecimentos sobre como o governo pretende auxiliar os setores afetados. A principal inquietação está relacionada ao possível impacto fiscal das medidas de apoio, em um momento em que o orçamento já se encontra significativamente comprometido.
O governo demonstra cautela na definição dos beneficiários e no cálculo do auxílio, buscando evitar distorções como as ocorridas em programas anteriores. Exemplos como o Programa Emergencial de Sustentação do Emprego (PESSE) e a desoneração da folha de pagamentos são citados como casos em que benefícios emergenciais se tornaram permanentes, gerando custos não previstos ao orçamento.
A demora na apresentação do plano, embora justificada pela necessidade de análise criteriosa, tem amplificado as incertezas no mercado. O cenário atual contrasta com os esforços governamentais de redução de isenções fiscais, tornando ainda mais complexa a elaboração de uma resposta efetiva à situação.