A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, comparou nesta segunda-feira (31) a ditadura militar de 1964 com os atos de 8 de janeiro de 2023, chamados por ela de “nova tentativa de golpe” no país.
Nos dois primeiros anos de governo Lula, o Palácio do Planalto evitou manifestações sobre o golpe militar em demonstração de trégua com os militares para evitar tensionamento político.
À frente da articulação política do governo, Gleisi fez reparos em algumas falas e posições políticas para não trazer crise para o governo. Do repúdio ao golpe militar, porém, ela não abriu mão.
Para a petista, “é importante recordar esse período nos dias de hoje, em que estão sendo levados a julgamento os comandantes de uma nova tentativa de golpe, incluindo um ex-presidente da República tornado réu”, em referência a Jair Bolsonaro (PL).
“A responsabilização penal dos golpistas, na vigência plena do Estado de Direito e das garantias constitucionais que tentaram abolir, é um dever histórico em defesa da democracia, hoje e para sempre”, completou.
A tomada do poder do Brasil pelos militares completou 61 anos nesta segunda-feira (31). Em 1964, houve o início do período que durou 21 anos em que os generais se revezaram na presidência do país.
Na gestão de Jair Bolsonaro, Ministério da Defesa, Exército, Marinha e Aeronáutica publicaram a cada 31 de março textos saudosos da ditadura.
O julgamento em que a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu denúncia contra o ex-presidente e integrantes do antigo governo ocorreu há cinco dias do aniversário de 61 anos do golpe. Nos bastidores, integrantes da Suprema Corte destacaram a coincidência entre as duas datas.