Celso Amorim, assessor-chefe da presidência da República e diplomata de carreira deve comparecer a uma sessão na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional na próxima quarta-feira (20).
A comissão, presidida pelo deputado Filipe Barros (PL-PR), apresentou um convite para Amorim “explicar seu papel no contexto da formulação e execução da Política Externa brasileira.”
À CNN, a assessoria de Celso Amorim confirmou que o ex-embaixador irá comparecer à sessão.
Nas redes sociais, Barros publicou que ‘há muito a ser explicado por parte do diplomata que vive ao pé do ouvido de Lula”.
Como justificativa para o convite, o deputado diz que o assessor atua como “chanceler de fato” e cita uma série de episódios que, segundo ele, demonstram alinhamentos ideológicos e decisões controversas na política externa, como:
- A recepção a Nicolás Maduro em 2023 e a ida de Amorim à Venezuela em 2024, durante eleições “marcadas por uma série de irregularidades e fraude”, nas quais Lula teria aconselhado Maduro “que construísse a sua narrativa e que democracia era algo relativo”.
- A suposta parcialidade na guerra Rússia–Ucrânia, ao “direcionar o Brasil para apoiar a Rússia, país invasor, em detrimento da Ucrânia, país invadido ilegalmente” e evitar condenar ataques russos.
- A condução da postura brasileira na guerra Israel–Hamas, com a retirada do embaixador de Tel Aviv e a negativa de agrément ao novo embaixador de Israel.
O deputado diz ainda Amorim aconselhou Lula a priorizar o BRICS e as relações com Rússia, China e Irã, o que, segundo o parlamentar, resultou nas tarifas de 50% impostas por Donald Trump a produtos brasileiros.
Celso Amorim já foi ministro das Relações Exteriores durante os governos Lula (2003-2010) e Itamar Franco (1993-1995). Na gestão deste último, foi responsável por fortificar a integração do Brasil no Mercosul.
Ele também já foi presidente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) entre 1998 e 1999, período em que foi chefe da representação brasileira no órgão.
Desde janeiro de 2023, quando Lula assumiu o terceiro mandato, Amorim comanda a Assessoria Especial do Presidente, que serve como um órgão de assessoramento imediato ao mandatário, e participa, por exemplo, do planejamento, da preparação e da execução dos encontros internacionais do Presidente da República no Brasil e no exterior.