O Aeroporto Internacional de São Paulo, conhecido como Aeroporto de Guarulhos, registrou entre os meses de janeiro e julho deste ano 23 boletins de ocorrência. Entre eles estão casos de ameaças, injúrias de diversos tipos, além de agressões físicas e verbais entre passageiros e funcionários de companhias aéreas.
Somente no período, foram dez registros por injúria, quatro por injúria racial, quatro por lesão corporal, duas por ameaça, duas por injúria acompanhada de lesão corporal dolosa, uma por vias de fato e uma por injúria combinada com ameaça.
Os números refletem um cenário de alta na violência nos aeroportos de todo o país. Um levantamento da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) mostra que os casos de conflitos em aeroportos e aviões aumentaram em 87% de janeiro a julho de 2025. Foram registrados 979 casos neste ano, contra 523 no mesmo período de 2024.
Casos graves
Ainda segundo a Abaer, o Brasil registrou um aumento de 55% de casos graves em aeroportos ou a bordo de aeronaves, que envolvem passageiros indisciplinados nos primeiros sete meses de 2025.
Até julho deste ano, foram registrados 210 casos da categoria 3 (agressões físicas, ameaças, intimidações, entre outros), contra 135 no mesmo período de 2024.
Os representantes do órgão entendem que “é preciso interromper essa tendência” e que medidas mais severas precisam ser tomadas.
Posicionamentos
Em nota enviada à CNN, a GRU Airport disse que reforça seu compromisso com a segurança de todos os trabalhadores e repudia qualquer ato de violência.
“As equipes de segurança do Aeroporto Internacional de São Paulo atuam na intervenção para coibir qualquer ofensiva contra as vítimas e encaminham os casos para a delegacia da Polícia Civil”, afirmou a instituição.
Já a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) informou que segue em fase de análise internas para uma nova proposta de regulamentação sobre passageiros indisciplinados, “a fim de refletir a efetiva aplicação da norma, resguardando os direitos do cidadão e a segurança da aviação”.
Além disso, esclareceu que as consequências dos comportamentos indisciplinados previstos vão desde o cancelamento do contrato de transporte aéreo, a recusa de embarque, o desembarque compulsório e processos por danos morais e materiais até responsabilização criminal, com possibilidade de prisão nos casos mais graves.