Um adolescente de 16 anos foi formalmente indiciado por feminicídio no caso do assassinato de Jenife Socorro de Almeida da Silva, uma estudante de medicina amapaense de 37 anos, encontrada morta em maio de 2024 na Bolívia. O menor ainda será julgado.
A informação foi confirmada pela advogada Darly Franco, que representa a família na Bolívia, e pelo advogado Cícero Bordalo Jr., presidente da Comissão de Combate ao Feminicídio do Amapá e representante da família no Brasil.
Jenife, que estava em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, para finalizar os trâmites de sua formação acadêmica e havia retornado ao país há pouco mais de dois meses antes do ocorrido, teve sua morte inicialmente investigada pelas autoridades bolivianas como feminicídio.
O suspeito de 16 anos se apresentou à polícia e se tornou o principal suspeito, sendo a causa da morte inicialmente apontada como asfixia.
Apesar do indiciamento, a família e seus representantes legais apontam inconsistências na investigação. Bordalo Jr. informou à CNN que a condução das investigações é “negligente”, levantando suspeitas de irregularidades e uma possível tentativa de encobrir outros envolvidos.
“O menor chegou na polícia, se identificou como autor e está apreendido, mas sabemos que ele não é o autor do fato, pois seu depoimento foi totalmente desconexo com o que a polícia encontrou no apartamento da vítima”, declarou.
Para o advogado é impossível que o jovem tenha agido sozinho. Bordalo denuncia que a polícia boliviana não realizou exame de DNA em um preservativo encontrado na cena do crime. Além disso, vídeos das câmeras de segurança do apartamento da vítima, onde tudo estaria gravado, desapareceram.
Diante dessas falhas, Bordalo Jr. suspeita da existência de um adulto envolvido e de uma possível manipulação para que o menor assuma a autoria. “A pena dele será mínima”, justifica.
“A polícia boliviana parece ser corrupta e nada investigou com seriedade. No momento que iniciam as investigações, do nada surge um garoto dizendo que é o autor do feminicídio, e a investigação encerra”, desabafou.
A CNN tenta contato com autoridades bolivianas para mais informações.