A morte da influenciadora Aline Ferreira, de 33 anos, após procedimento estético com PMMA, reavivou o debate sobre os riscos desse produto. Em entrevista ao Agora CNN deste sábado (6), a dermatologista Mayla Carbone, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explicou como o polimetilmetacrilato (PMMA) age no organismo.
O PMMA é um polímero sintético derivado do plástico acrílico, utilizado na medicina há anos para tratar lipodistrofias, que são concentrações de gordura causadas, por exemplo, pelo uso de antirretrovirais em pacientes HIV positivos.
Apesar de ser aprovado pela Anvisa para esse fim, o produto também é utilizado em procedimentos estéticos, como preenchimento de áreas do corpo e bioestimulação.
Carbone alerta que o PMMA pode causar graves complicações à saúde dos pacientes. “O que acontece é que ele pode gerar graves consequências. Por ser um polímero sintético, derivado de plástico, ele pode acabar causando infecções, granulomas, levando pacientes até embolia e até a óbito”, alertou.
Ela faz o alerta também à dificuldade de realizar algum procedimento para reverter a aplicação, em caso de complicações médicas.
“Ele é um polímero permanente. A partir do momento que a gente aplica no nosso organismo, se você tem alguma complicação é muito difícil corrigir essas imperfeições e tratar essas complicações”, completou.
Alternativas Mais Seguras
No lugar do PMMA, a especialista recomenda o uso de produtos degradáveis e menos nocivos à saúde. “Por ser um produto permanente, a Sociedade Brasileira de Dermatologia recomenda o uso de produtos que são degradáveis, por exemplo, o ácido hialurônico e os bioestimuladores de colágeno, que ficam no nosso corpo por até um ano”, disse.
Após a morte de Aline Ferreira, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) pediu à Anvisa que proíba a venda do PMMA para fins estéticos.
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