O mercado pecuário segue firme na última semana de outubro, com escalas mais curtas e aumento de preços em diversas regiões. Já nas praças onde houve ajustes recentes, os preços permanecem estáveis, informa o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Segundo a Scot Consultoria, nesta quarta-feira (29/10), no Estado de São Paulo, a oferta de boiadas estava enxuta e os frigoríficos tiveram dificuldade para compor as escalas de abate, que estavam para uma média de oito dias. Indústrias que não tinham acordos com confinamentos para a entrega de boiadas tiveram que pagar mais pela arroba.
Desta forma, os preços subiram para todas as categorias. Nas praças de Araçatuba (SP) e Barretos (SP), as cotações da arroba do boi gordo e do “boi China” subiram R$ 3, para R$ 315 e R$ 320, respectivamente. Já os valores da vaca e da novilha aumentaram R$ 4, para R$ 291 e R$ 305 a arroba, nesta ordem.
Das 33 regiões monitoradas pela Scot, 14 registraram aumentos nos preços do boi gordo em 14 regiões. Nas outras 19 praças houve estabilidade nos valores. O Cepea destaca que o pecuarista de recria e engorda enfrenta um cenário desafiador neste último trimestre.
Os preços dos bezerros e bois magros têm subido mais que o do boi gordo, o que reduz o poder de compra e encarece o início do novo ciclo de engorda. Essa diferença pressiona a relação de troca e eleva o custo de produção, exigindo mais arrobas de boi gordo para adquirir animais de reposição.
No Triângulo Mineiro (MG), região tradicional de cria, o pecuarista de recria e/ou engorda precisa, em média, de 9,92 arrobas de boi gordo para comprar um bezerro na parcial de outubro (até o dia 28), 5,4% a mais que no mês anterior e 41% acima do resultado de outubro/24, de 7,04 arrobas por cabeça. Em Cuiabá (MT), são necessárias 9,87 arrobas para adquirir um bezerro na média parcial, respectivos aumentos mensal e anual de 3,8% e 19,7%.
A valorização dos bezerros é sustentada pela oferta limitada, resultado do abate recorde de fêmeas no primeiro semestre do ano, limitando o potencial produtivo da atividade de cria. Já para o boi magro, a demanda é aquecida. O período prolongado de seca, que castigou as pastagens até setembro, limitou a engorda a pasto e direcionou a terminação para os confinamentos.
Segundo pesquisa da DSM/Tortuga, a taxa de ocupação dos confinamentos atingiu o maior nível da série histórica, 18,5% acima da de 2024.







