A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS recebe, nesta segunda-feira (27/10), o ex-diretor de Governança do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) Alexandre Guimarães. O advogado integrou o órgão entre 2021 e 2023 e foi alvo da Polícia Federal nas investigações sobre descontos indevidos nas folhas de aposentados e pensionistas.
Guimarães é economista e servidor público de carreira. Em maio de 2021, foi nomeado diretor de Governança, Planejamento e Inovação do INSS durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), e deixou o cargo no início da atual gestão, comandada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Como mostrado na série de reportagens do Metrópoles que revelou o esquema de desvios, o ex-diretor Alexandre Guimarães recebeu R$ 2 milhões de Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “careca do INSS“, preso pela PF.
O pagamento foi feito por meio das empresas de cada um: a Brasília Consultoria, que tem Antunes e o filho, Romeu, no quadro societário e da empresa Vênus Consultoria, da qual Guimarães é dono.
Como mostrado pelo Metrópoles, na coluna de Fábio Serapião, a PF indica que esse não foi o único montante que o ex-diretor de Governança do INSS já havia recebido do “careca do INSS”. Entre março e maio de 2023, Guimarães teria recebido R$ 313,2 mil de Antonio Carlos Camilo Antunes.
Farra do INSS
O escândalo do INSS foi revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023. Três meses depois, o portal mostrou que a arrecadação das entidades com descontos de mensalidade de aposentados havia disparado, chegando a R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações respondiam a milhares de processos por fraude nas filiações de segurados.
As reportagens do Metrópoles levaram à abertura de inquérito pela Polícia Federal (PF) e abasteceram as apurações da Controladoria-Geral da União (CGU). Ao todo, 38 matérias do portal foram listadas pela PF na representação que deu origem à Operação Sem Desconto, deflagrada no dia 23 de abril deste ano e que culminou nas demissões do presidente do INSS e do então ministro da Previdência, Carlos Lupi.







