Pessoas com insuficiência cardíaca que receberam a vacina contra Covid-19 têm uma probabilidade 82% maior de viver mais tempo do que aqueles que não foram vacinados. A descoberta é de um estudo apresentado neste sábado (11) no Heart Failure 2024, um congresso científico da Sociedade de Cardiologia da União Europeia.
A insuficiência cardíaca é um distúrbio em que o coração não consegue suprir as necessidades do corpo, diminuindo o fluxo sanguíneo nas veias e nos pulmões e levando a sintomas como fraqueza ou rigidez do músculo cardíaco. Essa é uma condição comum em pessoas idosas que já possuem alguma doença cardíaca. As estimativas são de que mais de 64 milhões de pessoas vivam com insuficiência cardíaca no mundo.
Estudos anteriores já haviam demonstrado a segurança da vacina contra a Covid-19 em pacientes com doenças cardiovasculares, incluindo a insuficiência cardíaca. Além disso, existem evidências de que o risco de complicações decorrentes da infecção pelo coronavírus é maior em pessoas com a condição em comparação com aqueles que não possuem a doença.
Agora, o novo estudo analisa o prognóstico de pacientes com insuficiência cardíaca de acordo com o estado de vacinação contra a Covid-19. Para isso, os pesquisadores analisaram a base de dados do Serviço Nacional de Seguro de Saúde da Coreia, que abrange quase todos os residentes da República da Coreia, para obter informações sobre vacinações e resultados clínicos.
No total, foram analisados 651.127 pacientes com 18 anos ou mais com insuficiência cardíaca, com idade média de 69,5 anos. Do total, 83% foram vacinados contra a Covid-19 e 17% não foram.
Para controlar os fatores que poderiam influenciar nos resultados, os investigadores realizaram uma correspondência 1:1 de pacientes vacinados e não vacinados de acordo com a idade, sexo, outras condições de saúde (como hipertensão, diabetes, colesterol alto, entre outros), renda e região de residência. Isso resultou em 73.559 pacientes vacinados e 73.559 pacientes não vacinados para as análises comparativas.
De acordo com o estudo, a vacinação contra a Covid-19 foi associada a um risco 82% menor de mortalidade por todas as causas, 47% menor de hospitalização por insuficiência cardíaca e 13% menor de infecção por Covid-19 em comparação com a não-vacinação.
Além disso, a vacinação foi associada a riscos significantemente mais baixos de AVC (acidente vascular cerebral), ataque cardíaco, miocardite/pericardite e tromboembolismo venoso, em comparação com a não vacinação.
“Esta foi a primeira análise da eficácia da vacina COVID-19 em uma grande população de pacientes com insuficiência cardíaca e a primeira a mostrar um benefício claro da vacinação. O estudo fornece fortes evidências para apoiar a vacinação em pacientes com insuficiência cardíaca”, afirma Kyeong-Hyeon Chun, do Hospital Ilsan do Serviço Nacional de Seguro de Saúde, em Goyang, na República da Coreia, e autor do estudo, em comunicado à imprensa.
“No entanto, esta evidência pode não ser aplicável a todos os pacientes com insuficiência cardíaca, e os riscos da vacinação devem ser considerados em pacientes com condições instáveis”, afirma.
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