A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as fraudes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) rejeitou, nesta quinta-feira (9/10), um pedido para quebrar os sigilos fiscal e telemático de Paulo Boudens, ex-chefe de gabinete do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
A derrubada foi articulada pelo governo, com o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) à frente, que saiu vitorioso por 17 votos a favor da rejeição do requerimento ante a 13 contrários.
Pimenta ironizou o requerimento apresentado pelo senador Carlos Jordy (PL-RJ).
“Querem trazer um debate com o presidente dessa Casa que não é o objetivo dessa investigação. Resolvam isso no plenário. Daqui a pouco, vão trazer um requerimento para saber quem matou a Odete Roitman”, disse.
O advogado aparece como beneficiário de repasse de R$ 3 milhões de uma das empresas investigadas pela Polícia Federal (PF), a Arpar Participações, no âmbito da Operação Sem Desconto.
A empresa teria sido usada como “conta de passagem” pelo lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”.
Na oitiva ao colegiado, o “Careca do INSS” declarou que a empresa investigada é alvo de seus investimentos. “Referente à Arpar, que é uma empresa que eu comprei debênture dela, é uma empresa de tecnologia onde eu realmente estou investindo, porque eu sou um empresário que atua em várias frentes, não só a médio ou curto prazo”.
Boudens foi acusado, em 2021, de fazer parte de um esquema de rachadinha no gabinete de Alcolumbre. Ele negou a denúncia feita por ex-servidores à revista.