As exportações de carne bovina do Brasil totalizaram 373,8 mil toneladas em setembro, aumento de 17% no comparativo anual e um novo recorde mensal. Na mesma linha, a receita atingiu a máxima histórica mensal de US$ 1,920 bilhão, avanço de 49% comparado a setembro de 2024. Os dados, que consideram carne in natura, industrializada e subprodutos, foram divulgados nesta quarta-feira (8/10) pela Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) com base em informações do governo federal.
A China é a principal compradora da proteína bovina brasileira do mês, seguida pela União Europeia. O bloco assumiu a posição dos Estados Unidos desde que o presidente americano, Donald Trump, anunciou uma sobretaxa de 50% dos EUA contra produtos brasileiros, que elevou a tarifa da carne bovina para 76,4%.
“Esse forte desempenho ocorreu no segundo mês de vigência das taxas adicionais impostas a produtos brasileiros pelo governo dos Estados Unidos, mostrando que o setor vem conseguindo superar com sucesso as adversidades e aproveitar novas oportunidades comerciais, compensando a queda nas vendas para o país norte-americano”, disse a entidade em nota.
Com a sobretaxa, as vendas de carne bovina in natura para os americanos recuaram 58% em setembro, em relação a agosto, para US$ 42,2 milhões. O comércio de industrializados caiu 20% no mesmo período comparativo, para US$ 30 milhões, enquanto as vendas de sebo e gorduras bovinas caíram 7%, para US$ 30,5 milhões, de acordo com o levantamento da associação.
No total, as exportações de carne e subprodutos bovinos para os Estados Unidos somaram US$ 102,9 milhões em setembro, queda de 41% na variação anual.
Já bloco europeu gerou receitas de US$ 131,7 milhões ao Brasil com a compra de carne bovina em setembro, mais que o dobro do ano passado, com uma alta de 106%, e embarques de 15.322 toneladas (+83%).
“Os países da União Europeia também remuneram melhor o produto brasileiro, com preço médio que alcançou US$ 8.739 por tonelada de carne bovina in natura em setembro de 2025”.
Acumulado
Entre janeiro e setembro, os números do acumulado do ano também são recordes históricos: o Brasil já faturou US$ 12,759 bilhões (+35,84%) e movimentou 2.349.077 toneladas (+18,7%) com as vendas do setor.
A China, que respondeu por 47,2% das exportações do setor até setembro, continua mantendo a primeira posição entre os maiores importadores. No acumulado do ano, as aquisições do país asiático somaram US$ 6,021 bilhões (+46,2%), com volumes de 1.135.786 toneladas embarcadas (+21,8%). Quando se consideram apenas exportações de carne bovina in natura, o gigante asiático representou 53%, até setembro.
Segundo a Abrafrigo, os EUA continuam sendo o segundo maior importador do ano, com aquisições totais no valor de US$ 1,708 bilhão (+55,1%) e volume de 593.118 toneladas (+50,7%) de janeiro a setembro de 2025.
O México disparou nas compras de carne bovina do Brasil, com 94.266 toneladas importadas (+195%) e receitas de US$ 513,31 milhões (+251%). As vendas para o bloco europeu também foram destaque e somaram US$ 676 milhões (+63,5%), com embarques de 83.679 toneladas (+44,4%).