O Brasil possui 28,26% de suas áreas irrigadas por pivôs centrais com acesso à internet 4G ou 5G. É o que diz um levantamento realizado pela ConectarAgro para mapear a conectividade em áreas que utilizam a tecnologia de estruturas metálicas giratórias para distribuir água de forma uniforme nas lavouras.
Entre os equipamentos mapeados, 13,55% estão totalmente conectados, o que, segundo a instituição, atesta a disparidade entre o avanço da mecanização agrícola e a infraestrutura digital disponível no campo.
O Brasil tem 2,2 milhões de hectares irrigados por pivôs centrais, segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), quase 300 mil hectares a mais do que em 2022. Atualmente, o extremo oeste da Bahia é o principal polo de irrigação por pivôs centrais do país.
Entre os estados, Minas Gerais, Bahia e Goiás lideram em área irrigada, enquanto São Desidério, na Bahia, aparece como o município com maior área irrigada do Brasil, seguido por Paracatu e Unaí, em Minas Gerais. Na distribuição por biomas, mais de 70% da irrigação está no Cerrado, enquanto o Pantanal segue sem uso da tecnologia.
“Os números mostram que, mesmo em regiões altamente tecnificadas, a falta de conectividade ainda é um gargalo. Sem internet, não conseguimos aproveitar todo o potencial da irrigação moderna para tornar o uso da água mais eficiente, reduzir custos e dar mais sustentabilidade à produção”, afirma Paola Campiello, presidente da ConectarAgro.
Destaques
O levantamento indica que Minas Gerais lidera em área irrigada, com 559,6 mil hectares – 26,5% deles conectados. Municípios como Paracatu e Unaí figuram entre os maiores do país em extensão irrigada, mas com baixos índices de cobertura, de 1,5% e 10,4%, respectivamente.
Por outro lado, dos 247 mil hectares irrigados em São Paulo, 53,4% estão conectados, o que é considerado um índice satisfatório pela ConectarAgro.
Outras áreas que chamam atenção pelo bom desempenho, apesar da menor representatividade em área irrigada, são o Ceará e a Paraíba, que possuem 72% e 77% das áreas irrigadas, respectivamente, com cobertura de internet.
Para Campiello, o estudo deixa claro que o acesso à internet nas áreas produtivas é tão essencial quanto a água ou os fertilizantes. “A conectividade rural é a chave para viabilizar a agricultura de precisão, ampliar a eficiência no uso da água, garantir rastreabilidade e abrir novas oportunidades de desenvolvimento social e econômico”, afirma a presidente da associação.