A Secretaria de Povos Originários e Tradicionais do Tocantins (Sepot) uniu-se pessoalmente às buscas pelo menino indígena Bruno Karajá, de 11 anos, desaparecido desde o dia 21 de janeiro na Aldeia Macaúba, entre os municípios de Pium (TO) e Santa Terezinha (MT), na Ilha do Bananal. Desde o começo, a Pasta tem acompanhando o caso e o andamento das buscas, com a realização da interlocução e integração entre órgãos envolvidos na procura da criança.
Desde a semana passada, servidores da Sepot estão auxiliando nas buscas da criança com o auxílio de operacionalização de drone, mas a mobilização estende-se além das operações de busca. A Sepot também tem apoiado também a alimentação para as equipes e a articulação de atendimento de saúde aos familiares que encontram-se em sofrimento – enlutadas pelo não retorno da criança há 11 dias.
“Nós sabemos que é um momento muito difícil para a comunidade, mas estou certa que todas as instituições estão empenhadas em fazer todos os esforços para continuar as buscas, respeitando a cultura tradicional. O trabalho que fizemos aqui é piloto. E nós estamos mantendo a esperança”, disse a secretária da Sepot, Narubia Werreria, que também se juntou à mobilização, em Macaúba.
Com cerca de 50 pessoas envolvidas nas buscas, entre indígenas, representantes de órgãos de proteção aos povos indígenas e forças de segurança, as operações acontecem por terra, água e ar. Drones termais, barcos, cães farejadores e aeronaves são alguns dos recursos utilizados para localizar Bruno. A comunidade local e as equipes permanecem unidas na esperança de encontrar o menino são e salvo.
Respeito à cultura
Ao longo de mais de 10 dias, as equipes de busca e apoio se envolveram, também, na cultura local. Ainda na primeira semana do desaparecimento houve o falecimento de uma pessoa da aldeia, o que intensificou o sofrimento da comunidade e trouxe um novo elemento para as equipes que se viram envolvidas em torno das crenças Iny sobre a morte e os espíritos, o que vem sendo compreendido e respeitado em todo o processo.
Com boa parte da equipe de busca composta por moradores locais, que se embrenharam na mata num trabalho conjunto, coordenado pelos bombeiros, a mobilização foi intensificada, bem como cresceu a necessidade de suprimento às necessidades alimentares das equipes. Ao longo dos dias, juntaram-se às buscas agentes da polícia; cães farejadores; técnicos da Sepot e do Naturatins; médico, enfermeiros e psicólogos da saúde indígena do Tocantins e Mato Grosso.
Para dar suporte às equipes, a secretária Narubia Werreria encaminhou alimentos à Aldeia Macaúba, para atender aqueles que deixaram suas atividades do dia a dia para se juntar às buscas.
Apoio
A Sepot tem mantido articulação com caciques, com a Fundação dos Povos Indígenas (Funai), o Distrito Sanitário Indígena (Dsei), a Coordenação Técnica Local (CTL) da Funai de Santa Terezinha (MT), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Grupamento de Radiopatrulhamento Aéreo da Polícia Militar (GRAER), o Corpo de Bombeiros Militar (CBM/TO), o Centro Integrado de Operações Aéreas do Tocantins (CIOPAER/TO), a Secretaria da Segurança Pública (SSP/TO) e a Polícia Militar (PM).
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