O governo brasileiro recebeu com alívio as últimas mudanças anunciadas pela Casa Branca por uma nova ordem executiva dos Estados Unidos que revogou a tarifa de 10% sobre a importação de celulose brasileira, imposta em abril deste ano.
Por outro lado, ainda se mantém cauteloso com os efeitos da medida, já que café e cacau seguem sujeitos a tarifas de 50%, sem alterações, e outros produtos industriais passaram a enfrentar barreiras mais pesadas.
Segundo o Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), a retirada da sobretaxa representa um avanço para o setor de celulose, que exportou cerca de US$ 1,55 bilhão em 2024.
Com a exclusão desse grupo e de outros já fora do alcance das tarifas adicionais, 25,1% das vendas brasileiras de 2024 aos EUA estariam livres de sobretaxas.
Apesar desse alívio parcial, a ordem executiva também endureceu o tratamento tarifário para parte da pauta exportadora.
Foram retirados da lista de exceção 76 produtos, que seguem sujeitos à tarifa da Seção 232, e outros sete itens – principalmente químicos e plásticos industriais – que passaram a acumular três tipos de tributação:
- A tarifa de 10%;
- A sobretaxa de 40% sobre o Brasil;
- A incidência da Seção 232.
Esse grupo movimentou cerca de US$ 145 milhões em 2024.
Outros dez produtos tiveram melhora apenas parcial: ficaram livres da tarifa de 10%, mas permanecem com a sobretaxa de 40%.
Entre eles estão minerais brutos, níquel e herbicidas, que somaram US$ 113 milhões em exportações para os EUA no ano passado.
“O governo segue empenhado em diminuir a incidência de tarifas dos EUA sobre os produtos brasileiros. A mais recente ordem executiva dos EUA representa um avanço sobretudo para o setor de celulose do Brasil. Mas ainda há muito a ser feito e seguimos trabalhando para isso”, afirmou o vice-presidente e chefe do Mdic, Geraldo Alckmin (PSB).